EIXO TEMÁTICO 3: GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS E AS DINÂMICAS HIDROLÓGICAS. 
 
ANDERSON DE MENDONÇA / PROFESSOR UPE/  
andermend@bol.com.br
GELZA ARAUJO LACERDA / UPE/ 
gelzageografa@hotmail.com
MIREULA SORAIA ALVES SOUZA / UPE/ 
mireula.soraia@hotmail.com
SAMARA DE SOUZA SILVA / UPE/ 
samarinha_silva18@hotmail.com
VAGNER DA CUNHA LIMA / UPE / 
vagnercl@hotmail.com
1.O RIO SÃO FRANCISCO: E A QUESTÃO DA TRANSPOSIÇÃO
 
 
O Rio São Francisco  estende-se  por  aproximadamente  2.700  quilômetros,  entre a  nascente,  que  fica localizada na Serra da Canastra, no município Mineiro de São Roque de Minas, e a foz, situada entre os estados de Alagoas e Sergipe, nas proximidades da cidade Alagoana de Piaçabuçu. 
O Rio tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento humano das populações ao longo do seu 
curso,  banhando municípios  significativos  para  o  País  como:  os  do  estado  de MinasGerais,  Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Alem do que, o Rio constitui a terceira bacia hidrográfica do Brasil. Por isso, que esse manancial é um fator natural para desenvolvimento sustentável e climático, responsável pela qualidade de vida de todos os ribeirinhos que fazem parte dessa riqueza natural. 
 
O São Francisco, como um Rio de grande porte possui 36 afluentes, sendo que desses apenas 19 são 
perenes.  Os  principais  são  os  das margens:  direita,  os  Rios:  das  Velhas,  Jequitaí  e  Verde Grande, constituídos por águas claras por serem oriundos de terrenos cristalinos. E os da margem esquerda, os Rios Paracatu, Urucuia, Cariranha, Corrente e Grande, estes vindos de terrenos sedimentares são mais barrentos. 
Mesmo diante de tanta riqueza, o Rio está passando por um momento de “ATENÇÃO” os governantes 
chegaram  à  conclusão  de  que  lugares  necessitam  das  águas  do  Velho  Chico,  lugares  esses,  que ribeirinhos  vivem  em  condições  de  plena  escassez  de  água.  Junto  com  essa  preocupação  dos governantes  em  desenvolver  o Projeto  de Transposição,  fica  a  pergunta: Será  que  essas  águas  irão realmente ajudar os ribeirinhos? Que em questão são os do estado da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. 
 
O  projeto  traz  muitas  discordâncias  entre  técnicos,  ambientalistas  e  a  própria  população  ribeirinha. Alguns  chegam  a  afirmar  que  o  rio  não  dura  mais  de  50  anos.  Há  aqueles  que  não  apóiam  a transposição por achar que a mesma só beneficiará o agronegócio nas regiões de destino dos canais, aumentando assim, as desigualdades sociais  já absurdas no nordeste brasileiro. E há os que pensam exatamente o contrário. 
Além de toda essa desconfiança, as comunidades ribeirinhas já não sabem em quem acreditar. Devido à grande  quantidade  de  informações  técnicas  que  são  lançadas  na  mídia,  ora  a  favor,  ora  contra  a transposição. Essa confusão acabou por disseminar  ideais equivocadas, como a de que o  rio poderia secar após a transposição, o que não é verdade, já que técnicos e estudiosos do assunto, tanto contra quanto a  favor, são unânimes em desmentir essa afirmação. Outros estão crentes que o projeto só é viável mediante interligação com bacias da região centro-oeste. O que também não é verdade, tendo em vista que estudos revelam que o rio possui vazão suficiente para o projeto. Com uma ressalva apenas 
para  a  diminuição  da  capacidade  de  geração  de  energia  das  hidrelétricas,  esse  é  um  dos  poucos impactos  matematicamente  comprovados  para  as  regiões  doadoras  de  águas.  Porém,  essas informações parecem não chegar a todas as comunidades envolvidas. 
Por  esses motivos  as  populações  acabam  por  ficar  sem  saber  tomar  um  posicionamento  consciente. Considerando e respeitando todos os pontos de vista, podemos dizer que num ponto todos concordam, o  rio  precisa  urgentemente  de  uma  revitalização,  que  não  acontecerá  de  um  dia  para  o  outro.  A revitalização  aparece  então  como  remédio  para  viabilizar  o  projeto,  fazendo  com  que  parte  da população,  que  outrora era  contra,  agora  se mostre  a  favor, desde  que  seja  feita a  recuperação das matas  ciliares  e  até  uma  interligação  entre  bacias.  Todos  também  concordam  que  o  rio  promove desenvolvimento  por  todas  as  cidades  por  onde  passa.  Porque  água  em  abundância  promove  vida abundante. E  é  claro,  que  em  todos  esses  lugares  o  rio  é  utilizado  em menor  ou maior  escala  pela agricultura de subsistência e no agronegócio.   
Analisemos a situação das cidades de Juazeiro e Petrolina, com seus projetos de irrigação exportando frutas  para  o mundo,  transformando  a  região  num  pólo  universitário  com  várias  faculdades  estadual, federal e particular, bem  como  cursos  técnicos profissionalizantes. Essa  situação mantém o  comércio aquecido,  e  essas  cidades  não  param  de  atrair  investimentos  para  região,  gerando  cada  vez  mais empregos. Agora, se pensarmos no que seria dessa  região sem o Velho Chico? Certamente Juazeiro seria mais uma cidadezinha pacata e subdesenvolvida do  interior da Bahia,  juntamente com Petrolina.  
Porém,  se  perguntarmos  a  um  ribeirinho  assalariado  quanto  “dinheiro”  ele  ganha  com  o  rio,  ele possivelmente responderá, “nada”, o que não é verdade, todos dependem do rio, tanto o empresário do agronegócio quanto o do  ramo de  confecções, bem  como, o assalariado. Essa  falta de entendimento causa uma confusão na opinião das comunidades ribeirinhas, fazendo com que estas não reconheçam seu real papel no contexto. 
Considerando  que  as  águas  do  rio,  ao  chegar  ao  nordeste  setentrional  e  seco  promoverão desenvolvimento  e  geração  de  empregos,  fazendo  com  que  aquelas  pessoas  que  lá  moram  não precisem  sair de  suas  regiões nem  abandonar  suas  terras  para  vir morar nas periferias  e  favelas  de cidades  industrializadas,  diminuindo  dessa  forma  a  oferta  de  mão  de  obra  desqualificada  nessas regiões,  esse  fenômeno  pode  valorizar  o  trabalhador  os  locais  de  ambas  as  áreas melhorando  sua qualidade de vida. Isso faz pensar, se não vale à pena lutar por uma transposição que seja capaz, não só de levar água para matar a sede de pessoas e animais, mas também de promover desenvolvimento social  fortalecendo  e  aumentando  os  laços  entre  essas  regiões. Cumprindo,  assim,  com  aquela  que parece ser a vocação do Rio da Integração. O Nordeste brasileiro esperou séculos por este momento. E 
não  parece  justo  deixar  de  atender  a  essa  aspiração  pelo  fato  de  termos  degradado  as margens  e comprometido à saúde do rio. Os nossos irmãos do norte devem esperar por mais quanto tempo? O fato de  o  rio  está  necessitando  urgentemente  de  uma  revitalização  é  de  inteira  responsabilidade  das comunidades que hoje são banhadas pelas  suas águas. Nossos  irmãos do nordeste  setentrional não devem pagar pelos erros de outros nem com recursos financeiros já parcos por lá, muito menos com a espera de mais algumas décadas. 
REFERÊNCIAS 
1.  AGUAVALE. Nascente do Rio São Francisco – MG. 2004. 1 fotografia. color. 
 
2.  Bacia do São Francisco. 1 gravura. color. 
 
3.   AGUAVALE. Represa Três Marias – MG. 2004. 1 fotografia. color. 
 
4.   AGUAVALE. Ribeirinha. 2004. 1 fotografia. color. 
 
5.   AGUAVALE. Fruticultura Irrigada de Petrolina – PE. 2004. 1 fotografia. color. 
 
6.  BRASIL.  Ministério  do  Meio  Ambiente/Secretaria  de  Recursos  Hídricos.  Atlas  das  áreas suscetíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA 2007. 
 
7.  CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracaju, 14 de Maio de 2001. 
 
8. NACIONAL. M.I.: São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Março de 2008. 
 
PUBLICADO EM: www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos.../006.pdf
"É preciso explicar por que o mundo de hoje, que é horrivel, é apenas UM momento do longo desenvolvimento histórico, que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das revoluções e das insurreições e eu ainda sintu-a como minha concepção de FUTURO. JEAN PAUL SARTRE,1963, Prefácio de "Os condenados da Terra" de Frantz Fanon.
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Salvar o mundo!





Artigo postado, conhecimento dividido é conhecimento multiplicado!
ResponderExcluirbjus!!! leiam e deixem sua opinião!