CONDIÇÕES AMBIENTAIS: O DESPERDÍCIO QUE SE TORNA LIXO NO
MERCADO DO PRODUTOR JUAZEIRO- BA
Ganhador da premiação Honrosa 5º Lugar
Samara de Souza Silva 1 ,
Daianna Pereira Silva,
Gelza Araujo Lacerda,
Maria Teresa Neto,
Vagner da Cunha Lima,
Maria Silú Caldeira,
Antonio Rubismar,
Danuta Lubarino,
Diogo Lopes,
Gean Carlos,
Josilene Rodrigues,
Luiz Henrique Barros Lyra,
Reinaldo Santana,
Wegilla Carine
1(samarinha_silva18@hotmail.com)
Área temática: Meio ambiente
Curso: Geografia
Introdução:
Através das dificuldades enfrentadas pela população mundial no que diz respeito à relação do desperdício e a produção de lixo, percebe-se a necessidade de enfocar um olhar crítico entre a produção e o excedente com as dificuldades de acesso a alimentação de comunidades carentes. Trazendo esta problemática da realidade local vivida por comunidades de baixa renda no entorno do Mercado do Produtor (CEASA). Localizado na BR 407 Km 8 na cidade de Juazeiro – BA, sendo o maior distribuidor de frutas e hortaliças da região do Vale do São Francisco.
Objetivo:
Tendo como finalidade desenvolver um novo olhar sobre o tratamento do lixo orgânico,
minimizando o desperdício observado na região estudada, buscando um meio de
aproveitar melhor estas sobras de alimentos, que são comercializadas no meio urbano.
Resultados:
Utilizou-se da observação ótico ambiental, onde foi possível constatar a causa do desperdício que é provocada por diversos fatores tais como: econômicos, estruturais, climáticos e educacionais. Foi observado que se tratando do fator econômico o clima tem um papel influenciador, pois, dependendo da produção; existe a variação de preço que se delimita primeiramente no período chuvoso de novembro a março, do mês das frutas e hortaliças que se cultivam, ocorre assim a variação de preço, variando também a procura, ou seja, diminui a demanda e o produtor acaba estocando, deixando de comercializar e conseqüentemente esse produto perecível se estraga e seu destino é o lixo.
Conclusão
Entender a problemática levantada no âmbito educacional, destacando a falta de informação pelas pessoas que diariamente, convivem com a compra de alimentos perecíveis e acabam por não ter informação adequada, a respeito do destino desses alimentos. Sensibilizar que: o que é considerado LIXO para alguém é LUXO para “milhõe$$” de pessoas.
Palavras chave: Desperdício, lixo, alimentos.
"É preciso explicar por que o mundo de hoje, que é horrivel, é apenas UM momento do longo desenvolvimento histórico, que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das revoluções e das insurreições e eu ainda sintu-a como minha concepção de FUTURO. JEAN PAUL SARTRE,1963, Prefácio de "Os condenados da Terra" de Frantz Fanon.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Aspectos geomorfológicos da margem do Rio São Francisco, situado desde a Orla 1 até a Praça Dom Malan no centro da cidade de Petrolina – PE. 10º Semana Universitária UPE 2010
Aspectos geomorfológicos da margem do Rio São Francisco, situado desde a Orla 1
até a Praça Dom Malan no centro da cidade de Petrolina – PE.
Ganhadores do 3º Lugar
Gelza Araujo Lacerda 1,
Daianna Pereira Silva,
Samara de Souza Silva,
Maria Teresa Neto,
Vagner da Cunha Lima,
Luiz Henrique Barros Lira
1 (gel.araujo@hotmail.com)
Área temática: Meio ambiente
Curso: Geografia
Introdução:
Os problemas ambientais pelos quais o planeta Terra passa atualmente é preocupante, e, sem dúvida a erosão provocada pela ocupação desordenada no solo é um deles: nesses contextos hídricos e geomorfológicos, especificamente os aspectos situados na margem de Petrolina do Rio São Francisco na Orla 1 até a Praça Dom Malam no centro da cidade, foi observado aspectos naturais como: a vegetação, o clima, e o estreitamento relacionado aos demais fatores como; a topografia a drenagem, e o solo. É possível descrever como ocorreram os terraços fluviais no Rio São Francisco na margem, enfocando que o rio São Francisco tem grande poder de desenvolvimento regional, importante nesta bacia hidrográfica brasileira.
Objetivos:
Tendo como finalidade estudar o espaço ocupado como uma conexão entre homem/meio. O estudo
foi baseado na concepção dinâmica dos sistemas ambientais tomado como unidade de
integração, os aspectos e processos geomorfológicos que ocorrem em uma bacia fluvial.
Metodologia:
Utilizou-se da observação ótico ambiental do rio na margem de Petrolina, para destacar os processos erosivos apresentando causas relacionadas á própria natureza, juntamente com a ação antrópica.
Resultados:
É preciso ressaltar a importância de entender o espaço como lugar, para que possamos controlar e conter esse problema, bem como recuperar as áreas já atingidas no sentido de aliviar e minorar a sociedade contra uma forma de dano. Analisando os terraços fluviais da margem de Petrolina, percebe-se uma acentuada declividade localizada desde a margem do rio até a Praça Dom Malan onde foi possível observar vestígios que representavam antigas
planícies de inundações que foram abandonadas, morfologicamente surge como patamares aplainados de largura variada, limitados por uma escarpa em direção ao curso de água.
Conclusão:
Obter um conhecimento específico por meio do estudo levantado, para assim, desenvolver um pensamento ideológico a cerca da problemática levantada, com a característica de um olhar geográfico, responsável pela qualidade da pesquisa
apresentada.
Palavras chave: margem, erosão, hidrologia.
Fonte: II Mostra de Extensão UPE Campus Petrolina, 18 de Outubro de 2010
até a Praça Dom Malan no centro da cidade de Petrolina – PE.
Ganhadores do 3º Lugar
Gelza Araujo Lacerda 1,
Daianna Pereira Silva,
Samara de Souza Silva,
Maria Teresa Neto,
Vagner da Cunha Lima,
Luiz Henrique Barros Lira
1 (gel.araujo@hotmail.com)
Área temática: Meio ambiente
Curso: Geografia
Introdução:
Os problemas ambientais pelos quais o planeta Terra passa atualmente é preocupante, e, sem dúvida a erosão provocada pela ocupação desordenada no solo é um deles: nesses contextos hídricos e geomorfológicos, especificamente os aspectos situados na margem de Petrolina do Rio São Francisco na Orla 1 até a Praça Dom Malam no centro da cidade, foi observado aspectos naturais como: a vegetação, o clima, e o estreitamento relacionado aos demais fatores como; a topografia a drenagem, e o solo. É possível descrever como ocorreram os terraços fluviais no Rio São Francisco na margem, enfocando que o rio São Francisco tem grande poder de desenvolvimento regional, importante nesta bacia hidrográfica brasileira.
Objetivos:
Tendo como finalidade estudar o espaço ocupado como uma conexão entre homem/meio. O estudo
foi baseado na concepção dinâmica dos sistemas ambientais tomado como unidade de
integração, os aspectos e processos geomorfológicos que ocorrem em uma bacia fluvial.
Metodologia:
Utilizou-se da observação ótico ambiental do rio na margem de Petrolina, para destacar os processos erosivos apresentando causas relacionadas á própria natureza, juntamente com a ação antrópica.
Resultados:
É preciso ressaltar a importância de entender o espaço como lugar, para que possamos controlar e conter esse problema, bem como recuperar as áreas já atingidas no sentido de aliviar e minorar a sociedade contra uma forma de dano. Analisando os terraços fluviais da margem de Petrolina, percebe-se uma acentuada declividade localizada desde a margem do rio até a Praça Dom Malan onde foi possível observar vestígios que representavam antigas
planícies de inundações que foram abandonadas, morfologicamente surge como patamares aplainados de largura variada, limitados por uma escarpa em direção ao curso de água.
Conclusão:
Obter um conhecimento específico por meio do estudo levantado, para assim, desenvolver um pensamento ideológico a cerca da problemática levantada, com a característica de um olhar geográfico, responsável pela qualidade da pesquisa
apresentada.
Palavras chave: margem, erosão, hidrologia.
Fonte: II Mostra de Extensão UPE Campus Petrolina, 18 de Outubro de 2010
TRANSPOSIÇÃO OU PROJETO DE CANALIZAÇÃO? (II Simpósio de Geografia Física do Nordeste- 2008)
TRANSPOSIÇÃO OU PROJETO DE CANALIZAÇÃO?
Daianna Pereira Silva;
Diogo Lopes Lima;
Vagner da Cunha Lima
RESUMO:
O termo transposição que está sendo utilizado, em tudo que se refere ao projeto de levar
água do rio São Francisco, até cidades que sofrem por falta de água. Esse projeto vem sendo muito discutido e gerador de polêmica. Com isso a população tenta entender como irá acontecer esta doação das águas para outros estados vizinhos do Vale do São Francisco. Há pessoas que tem sua opinião formada sendo contra ou a favor do projeto. Não se pode ter a certeza de que uma vez tomada à decisão de se utilizar água do rio São Francisco, que essa água chegue aos que habitam os limites do semi-árido , no dia seguinte. Pois, o processo é mais complexo do que se imagina é um projeto que vem sendo discutido desde a colonização do Brasil, com Dom Pedro I que já tinha em mente, levar água do são Francisco para outras localidades necessitadas. A questão do projeto de canalização, canalização por se tratar de levar água para outras localidades e não de tirar como induz o nome transposição. É uma questão a ser resolvida a médio e longo prazo, pois, o rio passa por um momento crítico de total atenção e cuidados, o mesmo precisa urgentemente de um projeto de revitalização. Para depois se pensar em fazer algo com suas águas. O rio sofre a cada dia, e aumentam os bancos de areia assoreando o Velho Chico, dificultando até as navegações. Existe ainda outra problemática que afeta o rio, que são os dejetos urbanos, depositados nas já escassas águas ribeirinhas. Desse modo, retirar do médio São Francisco 127 m³ de água/ segundo de sua vazão pensando em beneficiar 278 municípios e irrigar
160.000 hectares no semi-árido nordestino, seria o mesmo que transfundir sangue, tendo como doador um doente em profundo estado de anemia. Com essa analogia que nos preocupa bastante, esse
despropósito ensejaria transformar o São Francisco em um verdadeiro TIETÊ. Portanto, que seja feita a revitalização, para que as futuras gerações possam desfrutar da grandeza das águas, sabendo respeitar e preservar esse patrimônio que diz respeito a todos. Pois, água é vida.
Palavras-chave: transposição,canalização, revitalização, semi-árido.
1- O RIO SÃO FRANCISCO
O rio São Francisco estende-se por aproximadamente 2.700 quilômetros, entre a nascente, localizada na Serra da Canastra, no Município mineiro de São Roque de Minas, e a foz, situada entre os estados de Alagoas e Sergipe, nas proximidades da cidade alagoana de Piaçabuçu. Ao longo do seu curso, o rio banha municípios dos estados de Minas Gerais , Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Já a bacia do rio inclui, além dos estados citados, o Estado de Goiás e o Distrito Federal.
Esses estados citados constituem a Bacia do São Francisco , que é a terceira bacia hidrográfica do Brasil com relação a área e é a única totalmente brasileira.
A Bacia do São Francisco tem uma superfície de aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados,
habitada por cerca de 15,5 milhões de pessoas, distribuídas por 503 municípios. dessa área, 36,8% estão na região Sudeste (Minas Gerais), 62,5% nos estados nordestinos e apenas 0,7% na região Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal). Dentre as sete unidades da Federação, a Bahia é a que possui maior área compreendida da Bacia.
O Rio São Francisco possui 36 afluentes de porte significativo, dos quais, apenas 19 são perenes. Ou seja, cursos de água cujo leito menor está sempre transportando o deflúvio da bacia contribuinte.
Os principais tributários são, pela margem direita, os Rios Paraopeba, das Velhas, Jequitaí e Verde Grande e, pela margem esquerda, os Rios Paracutu, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande. Na maioria das vezes os afluentes que nascem nos terrenos cristalinos da margem direita, possuem águas mais claras, enquanto os da margem esquerda, vindos de terrenos sedimentares são mais barrentos.
1.1 MATA CILIAR
As matas ciliares têm importante papel retentivo do terreno arenoso marginal do rio dificultando seu descimento para o leito. A limpeza das margens e das vizinhanças do rio, para a instalação de lavouras, pastagens, hotéis pesqueiros e deques de pesca, situações essas que contribuem fortemente para o assoreamento. No passado quando usávamos o vapor de trem este por sua vez regido a lenha, provocou vasta destruição da vegetação vizinha ao rio.
Outro fato interessante , foi que décadas atrás, existia usinas de geração de energia elétrica que, necessitavam de lenha como combustível, utilizando assim, da mata ciliar ainda nativa naquela época.
Na maior parte do São Francisco, as matas ciliares simplesmente não existem mais. Vêem-se apenas
árvores esparsas que foram deixadas nas margens do rio, formando uma estreita faixa que não foi
desmatada por razões operacionais. Ainda observam-se restos de mata nativa em locais aos quais o agricultor não teve acesso, como os grotões e o topo dos morros. Nas regiões dos lagos de Três Marias e de Sobradinho, o problema é especialmente grave. Pois, a redução do volume de água tem provocado o aparecimento de uma larga faixa de lama marginal ao lago, onde se extinguiu a vegetação.
Desse modo, o rio vem pedindo revitalização desde a década de 90, onde a questão maior é levar águas do rio para outro lugar, enquanto que, o mesmo morre a cada dia.
É preciso rever até que ponto esse projeto de canalização vai favorecer e em que nível irá prejudicar a saúde do rio? Para assim por em prática as obras, seguir com o intuito de levar água para quem necessita.
Em 1997, a situação do rio já era considerada grave, o Conselho Mundial de Água que trabalha com rios Internacionais cruzando mais de um país, teve que passar a monitorar o São Francisco, mesmo com o rio sendo totalmente brasileiro.
2- REGIÕES FISIOGRÁFICAS DO SÃO FRANCISCO
A Bacia do São Francisco pode ser esquematicamente dividida, do ponto de vista físico, a partir de diversos critérios. No final da década de 50 do século XX, ou seja, bem antes da construção das barragens contemporâneas. Após a construção das represas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso, Xingó, Apolônio Sales e Itaparica, que alteram significativamente o perfil geográfico do rio, a divisão mais comum das regiões fisiográficas se dá, da seguinte forma: Alto são Francisco, Médio São Francisco, Submédio São Francisco, Baixo São Francisco, Trecho superior, Trecho médio, Trecho inferior.
O Alto são Francisco, estende-se da nascente até a cidade mineira de Pirapora, abrangendo as sub-
bacias dos Rios das Velhas, Pará, Indaiá, Abaeté e Jequitaí. O divisor do sul está na Serra da Canastra,
a leste na Serra do Espinhaço e a oeste na Serra na Serra Geral de Goiás. Essa região está inteiramente
contida no Estado de Minas Gerais. A topografia é ligeiramente acidentada, com serras e terrenos
ondulados e altitudes de 600 a 1.600 metros. A vegetação nessa região é de florestas e cerrados, o
índice pluviômetro é alto e a temperatura amena anual de 23ºC.
Ela é classificada como tropical úmida e, em algumas partes, temperada. As principais cidades são as
integrantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e Patos de Minas. No Alto São Francisco está a
represa de Três Marias.
O Médio São Francisco, compreende o trecho entre Pirapora e a cidade baiana de Remanso, incluindo as sub-bacias dos afluentes Paracutu, Urucuia, Carinhanha, Corrente, Verde de Grande, Parnamirim, Pilão Arcado e Jacaré. O divisor a leste é a chapada Diamantina. A oeste, a divisão se faz pela Serra Geral de Goiás e no Distrito Federal. A topografia é caracterizada pelas planícies da Depressão São Franciscana, com altitudes que variam entre 500 e 2.000 metros. A vegetação é do tipo cerrado e caatinga, sendo salvo algumas pequenas matas serranas. A margem esquerda da bacia é mais úmida, com rios permanentes e vegetação perenifólia, na margem direita a precipitação é menor, com rios intermitentes e vegetação típica de caatinga. A temperatura média anual é de 24ºC. As condições físicas permitem caracterizar a região com tropical semi- árida. As principais cidades são: Montes Claros e Januária, em Minas Gerais; Formosa, em Goiás; Barreiras, Guanambi, Irecê e Bom Jesus da Lapa, na Bahia; e Brasília, no Distrito Federal.
O Submédio São Francisco, estende-se de Remanso até a cidade baiana de Paulo Afonso, incluindo as sub-bacias dos Rios Pajeú, Tourão, Vargem e Moxotó. É limitada no norte pela chapada do Araripe e pela Serra dos Cariris e ao sul pelo Raso da Catarina, abrangendo áreas dos estados da Bahia e de Pernambuco. A topografia é ondulada, com vales muito abertos e altitudes entre 200 e 800 metros. A caatinga predomina toda a região, que tem baixa pluviosidade e temperatura média de 27ºC, permitindo caracterizá-la como semi- árida. As principais cidades são: Juazeiro e Paulo Afonso, na Bahia ; e Petrolina, Ouricuri e Serra Talhada, em Pernambuco. No Submédio estão as represas de Sobradinho, Paulo Afonso e Itaparica.
O Baixo São Francisco, estende-se de Paulo Afonso à foz, englobando as sub-bacias dos Rios
Ipanema e Capivara. Situa-se em áreas dos Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. São
características as serras, o canyon, os tabuleiros e a planície costeira. As altitudes entre oi nível do mar e 200 metros, embora, algumas serras atinjam 500 metros. A vegetação é de dois tipos; caatinga e mata.
A temperatura anual é de 25ºC e a região é caracteristicamente semi-úmida. As suas principais cidades são: Jeremoabo, na Bahia; Pesqueira em Pernambuco. No Baixo São Francisco está a represa de Xingo.
O Trecho superior, compreende a região limitada pala nascente e pela cidade de Pirapora. Nessa zona os dois rios se encontram o Guaicuí , distrito de Várzea da Palma.
O Trecho médio, segue de Pirapora até a cidade Baiana de Juazeiro.
O Trecho inferior, abrange a região compreendida entre Juazeiro e a foz.
3- CANALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO
Foi a partir da necessidade de “garantir água” para 12 milhões de pessoas que moram no semi-árido brasileiro que fez o Governo federal investir numa grande ação de desenvolvimento sustentável para todo o nordeste.
Seria o ideal, contudo, a principal obra é um grande empreendimento de infra- estrutura hídrica, que levará uma parte da água do são Francisco para abastecer um sistema de açudes , adutoras e rios do Nordeste Setentrional (parte do semi-árido ao norte do rio São Francisco), a área que mais sofre os efeitos de secas prolongadas, abrangendo parcialmente os Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A integração da bacia do rio São Francisco com bacias dos rios intermitentes do Nordeste setentrional vai permitir o desenvolvimento sustentável desta região continuamente assolada pela seca.
As obras de integração das bacias estão no topo da lista de prioridades dos investimentos do Governo Federal; foram incluídas no plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com dotação de R$ 4,8 bilhões, de 2007 a 2010.
Bem, seria extremamente maravilhoso se tudo isso fosse realmente no intuito de levar água para quem necessita, é aí que mora a questão, quem será realmente beneficiado com essas águas? Por onde essas águas irão passar, que terras irão molhar? É por isso que esse assunto gera muita polêmica. Os ribeirinhos se preocupam com a situação do rio, e mesmo precisando dessa água nasce o medo, de poder perder o rio de vez. Pois, sabe-se que rio é vida, e como toda vida, essa também um dia irá morrer.
É preciso que haja uma revitalização em todo o rio, para poder levar esse projeto de canalização em frente.
REFERÊNCIAS
NACIONAL .M.I. : São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da Republica, Março de 2008.
CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracajú, 14 de Maio de 2001. Conselho Mundial de Água.
Daianna Pereira Silva;
Diogo Lopes Lima;
Vagner da Cunha Lima
RESUMO:
O termo transposição que está sendo utilizado, em tudo que se refere ao projeto de levar
água do rio São Francisco, até cidades que sofrem por falta de água. Esse projeto vem sendo muito discutido e gerador de polêmica. Com isso a população tenta entender como irá acontecer esta doação das águas para outros estados vizinhos do Vale do São Francisco. Há pessoas que tem sua opinião formada sendo contra ou a favor do projeto. Não se pode ter a certeza de que uma vez tomada à decisão de se utilizar água do rio São Francisco, que essa água chegue aos que habitam os limites do semi-árido , no dia seguinte. Pois, o processo é mais complexo do que se imagina é um projeto que vem sendo discutido desde a colonização do Brasil, com Dom Pedro I que já tinha em mente, levar água do são Francisco para outras localidades necessitadas. A questão do projeto de canalização, canalização por se tratar de levar água para outras localidades e não de tirar como induz o nome transposição. É uma questão a ser resolvida a médio e longo prazo, pois, o rio passa por um momento crítico de total atenção e cuidados, o mesmo precisa urgentemente de um projeto de revitalização. Para depois se pensar em fazer algo com suas águas. O rio sofre a cada dia, e aumentam os bancos de areia assoreando o Velho Chico, dificultando até as navegações. Existe ainda outra problemática que afeta o rio, que são os dejetos urbanos, depositados nas já escassas águas ribeirinhas. Desse modo, retirar do médio São Francisco 127 m³ de água/ segundo de sua vazão pensando em beneficiar 278 municípios e irrigar
160.000 hectares no semi-árido nordestino, seria o mesmo que transfundir sangue, tendo como doador um doente em profundo estado de anemia. Com essa analogia que nos preocupa bastante, esse
despropósito ensejaria transformar o São Francisco em um verdadeiro TIETÊ. Portanto, que seja feita a revitalização, para que as futuras gerações possam desfrutar da grandeza das águas, sabendo respeitar e preservar esse patrimônio que diz respeito a todos. Pois, água é vida.
Palavras-chave: transposição,canalização, revitalização, semi-árido.
1- O RIO SÃO FRANCISCO
O rio São Francisco estende-se por aproximadamente 2.700 quilômetros, entre a nascente, localizada na Serra da Canastra, no Município mineiro de São Roque de Minas, e a foz, situada entre os estados de Alagoas e Sergipe, nas proximidades da cidade alagoana de Piaçabuçu. Ao longo do seu curso, o rio banha municípios dos estados de Minas Gerais , Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Já a bacia do rio inclui, além dos estados citados, o Estado de Goiás e o Distrito Federal.
Esses estados citados constituem a Bacia do São Francisco , que é a terceira bacia hidrográfica do Brasil com relação a área e é a única totalmente brasileira.
A Bacia do São Francisco tem uma superfície de aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados,
habitada por cerca de 15,5 milhões de pessoas, distribuídas por 503 municípios. dessa área, 36,8% estão na região Sudeste (Minas Gerais), 62,5% nos estados nordestinos e apenas 0,7% na região Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal). Dentre as sete unidades da Federação, a Bahia é a que possui maior área compreendida da Bacia.
O Rio São Francisco possui 36 afluentes de porte significativo, dos quais, apenas 19 são perenes. Ou seja, cursos de água cujo leito menor está sempre transportando o deflúvio da bacia contribuinte.
Os principais tributários são, pela margem direita, os Rios Paraopeba, das Velhas, Jequitaí e Verde Grande e, pela margem esquerda, os Rios Paracutu, Urucuia, Carinhanha, Corrente e Grande. Na maioria das vezes os afluentes que nascem nos terrenos cristalinos da margem direita, possuem águas mais claras, enquanto os da margem esquerda, vindos de terrenos sedimentares são mais barrentos.
1.1 MATA CILIAR
As matas ciliares têm importante papel retentivo do terreno arenoso marginal do rio dificultando seu descimento para o leito. A limpeza das margens e das vizinhanças do rio, para a instalação de lavouras, pastagens, hotéis pesqueiros e deques de pesca, situações essas que contribuem fortemente para o assoreamento. No passado quando usávamos o vapor de trem este por sua vez regido a lenha, provocou vasta destruição da vegetação vizinha ao rio.
Outro fato interessante , foi que décadas atrás, existia usinas de geração de energia elétrica que, necessitavam de lenha como combustível, utilizando assim, da mata ciliar ainda nativa naquela época.
Na maior parte do São Francisco, as matas ciliares simplesmente não existem mais. Vêem-se apenas
árvores esparsas que foram deixadas nas margens do rio, formando uma estreita faixa que não foi
desmatada por razões operacionais. Ainda observam-se restos de mata nativa em locais aos quais o agricultor não teve acesso, como os grotões e o topo dos morros. Nas regiões dos lagos de Três Marias e de Sobradinho, o problema é especialmente grave. Pois, a redução do volume de água tem provocado o aparecimento de uma larga faixa de lama marginal ao lago, onde se extinguiu a vegetação.
Desse modo, o rio vem pedindo revitalização desde a década de 90, onde a questão maior é levar águas do rio para outro lugar, enquanto que, o mesmo morre a cada dia.
É preciso rever até que ponto esse projeto de canalização vai favorecer e em que nível irá prejudicar a saúde do rio? Para assim por em prática as obras, seguir com o intuito de levar água para quem necessita.
Em 1997, a situação do rio já era considerada grave, o Conselho Mundial de Água que trabalha com rios Internacionais cruzando mais de um país, teve que passar a monitorar o São Francisco, mesmo com o rio sendo totalmente brasileiro.
2- REGIÕES FISIOGRÁFICAS DO SÃO FRANCISCO
A Bacia do São Francisco pode ser esquematicamente dividida, do ponto de vista físico, a partir de diversos critérios. No final da década de 50 do século XX, ou seja, bem antes da construção das barragens contemporâneas. Após a construção das represas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso, Xingó, Apolônio Sales e Itaparica, que alteram significativamente o perfil geográfico do rio, a divisão mais comum das regiões fisiográficas se dá, da seguinte forma: Alto são Francisco, Médio São Francisco, Submédio São Francisco, Baixo São Francisco, Trecho superior, Trecho médio, Trecho inferior.
O Alto são Francisco, estende-se da nascente até a cidade mineira de Pirapora, abrangendo as sub-
bacias dos Rios das Velhas, Pará, Indaiá, Abaeté e Jequitaí. O divisor do sul está na Serra da Canastra,
a leste na Serra do Espinhaço e a oeste na Serra na Serra Geral de Goiás. Essa região está inteiramente
contida no Estado de Minas Gerais. A topografia é ligeiramente acidentada, com serras e terrenos
ondulados e altitudes de 600 a 1.600 metros. A vegetação nessa região é de florestas e cerrados, o
índice pluviômetro é alto e a temperatura amena anual de 23ºC.
Ela é classificada como tropical úmida e, em algumas partes, temperada. As principais cidades são as
integrantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e Patos de Minas. No Alto São Francisco está a
represa de Três Marias.
O Médio São Francisco, compreende o trecho entre Pirapora e a cidade baiana de Remanso, incluindo as sub-bacias dos afluentes Paracutu, Urucuia, Carinhanha, Corrente, Verde de Grande, Parnamirim, Pilão Arcado e Jacaré. O divisor a leste é a chapada Diamantina. A oeste, a divisão se faz pela Serra Geral de Goiás e no Distrito Federal. A topografia é caracterizada pelas planícies da Depressão São Franciscana, com altitudes que variam entre 500 e 2.000 metros. A vegetação é do tipo cerrado e caatinga, sendo salvo algumas pequenas matas serranas. A margem esquerda da bacia é mais úmida, com rios permanentes e vegetação perenifólia, na margem direita a precipitação é menor, com rios intermitentes e vegetação típica de caatinga. A temperatura média anual é de 24ºC. As condições físicas permitem caracterizar a região com tropical semi- árida. As principais cidades são: Montes Claros e Januária, em Minas Gerais; Formosa, em Goiás; Barreiras, Guanambi, Irecê e Bom Jesus da Lapa, na Bahia; e Brasília, no Distrito Federal.
O Submédio São Francisco, estende-se de Remanso até a cidade baiana de Paulo Afonso, incluindo as sub-bacias dos Rios Pajeú, Tourão, Vargem e Moxotó. É limitada no norte pela chapada do Araripe e pela Serra dos Cariris e ao sul pelo Raso da Catarina, abrangendo áreas dos estados da Bahia e de Pernambuco. A topografia é ondulada, com vales muito abertos e altitudes entre 200 e 800 metros. A caatinga predomina toda a região, que tem baixa pluviosidade e temperatura média de 27ºC, permitindo caracterizá-la como semi- árida. As principais cidades são: Juazeiro e Paulo Afonso, na Bahia ; e Petrolina, Ouricuri e Serra Talhada, em Pernambuco. No Submédio estão as represas de Sobradinho, Paulo Afonso e Itaparica.
O Baixo São Francisco, estende-se de Paulo Afonso à foz, englobando as sub-bacias dos Rios
Ipanema e Capivara. Situa-se em áreas dos Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. São
características as serras, o canyon, os tabuleiros e a planície costeira. As altitudes entre oi nível do mar e 200 metros, embora, algumas serras atinjam 500 metros. A vegetação é de dois tipos; caatinga e mata.
A temperatura anual é de 25ºC e a região é caracteristicamente semi-úmida. As suas principais cidades são: Jeremoabo, na Bahia; Pesqueira em Pernambuco. No Baixo São Francisco está a represa de Xingo.
O Trecho superior, compreende a região limitada pala nascente e pela cidade de Pirapora. Nessa zona os dois rios se encontram o Guaicuí , distrito de Várzea da Palma.
O Trecho médio, segue de Pirapora até a cidade Baiana de Juazeiro.
O Trecho inferior, abrange a região compreendida entre Juazeiro e a foz.
3- CANALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO
Foi a partir da necessidade de “garantir água” para 12 milhões de pessoas que moram no semi-árido brasileiro que fez o Governo federal investir numa grande ação de desenvolvimento sustentável para todo o nordeste.
Seria o ideal, contudo, a principal obra é um grande empreendimento de infra- estrutura hídrica, que levará uma parte da água do são Francisco para abastecer um sistema de açudes , adutoras e rios do Nordeste Setentrional (parte do semi-árido ao norte do rio São Francisco), a área que mais sofre os efeitos de secas prolongadas, abrangendo parcialmente os Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A integração da bacia do rio São Francisco com bacias dos rios intermitentes do Nordeste setentrional vai permitir o desenvolvimento sustentável desta região continuamente assolada pela seca.
As obras de integração das bacias estão no topo da lista de prioridades dos investimentos do Governo Federal; foram incluídas no plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com dotação de R$ 4,8 bilhões, de 2007 a 2010.
Bem, seria extremamente maravilhoso se tudo isso fosse realmente no intuito de levar água para quem necessita, é aí que mora a questão, quem será realmente beneficiado com essas águas? Por onde essas águas irão passar, que terras irão molhar? É por isso que esse assunto gera muita polêmica. Os ribeirinhos se preocupam com a situação do rio, e mesmo precisando dessa água nasce o medo, de poder perder o rio de vez. Pois, sabe-se que rio é vida, e como toda vida, essa também um dia irá morrer.
É preciso que haja uma revitalização em todo o rio, para poder levar esse projeto de canalização em frente.
REFERÊNCIAS
NACIONAL .M.I. : São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da Republica, Março de 2008.
CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracajú, 14 de Maio de 2001. Conselho Mundial de Água.
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO SUBSOLO NORDESTINO (II Simpósio de Geografia Física do Nordeste- 2008)
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO SUBSOLO NORDESTINO (II Simpósio de Geografia Física do Nordeste- 2008)
DAIANNA PEREIRA SILVA;
GELZA ARAUJO LACERDA;
SAMARA DE SOUZA SILVA
Em termos geológicos a região nordestina é constituída por duas estruturas básicas: o embasamento cristalino representado por 70% da região semi-árida, e as bacias sedimentares. Essas estruturas têm fundamental importância na disponibilidade de água, principalmente as de subsolo. Em se tratando do embasamento cristalino, só existe duas possibilidades de água no subsolo; nas fraturas das rochas e nos aluviões perto de rios e riachos.
As águas que ficam em contato com esse tipo de estruturas, se mineralizam rapidamente tornando-se salinizadas, devido á facilidade de escorrimento superficial e a baixa capacidade de infiltração da água no sub-solo, por conta dessas características foi possível à construção de um numero expressivo de açudes e barragens, estimadas em cerca de 80 mil que represam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água. Isso significa a maior reserva de água artificialmente acumulada na região semi-árida do mundo.
Com relação às bacias sedimentares, essas são possuidoras de um significativo volume de água, mas todas estão localizadas de forma espaça no nordeste, com seu volume distribuído desigualmente. Para se ter uma idéia dessa problemática estima-se que 70% do volume de água do subsolo, esteja localizado na bacia sedimentar do Piauí /Maranhão.
Em termos quantitativos calcula-se no embasamento cristalino o potencial de apenas 80Km³/ano,
enquanto nas regiões sedimentares esse volume pode chegar á valores maiores como, os existentes nas seguintes bacias: São Luiz /Barreirinhas com 250Km³ano, Maranhão com 17500Km³/ano entre outras.
Desse modo essas características geológicas á cima, tem influencia marcante nas quantidades hídricas exploráveis da região nordeste.
Portanto, apesar do nordeste enfrentar dificuldade por falta de água, o mesmo têm grande capacidade de armazenamento de água no subsolo, que ocorrem com a filtração nas rochas cristalinas e nos aluviões que se acumulam em grande quantidade no interior dos subsolos, sendo uma riqueza ainda não tão explorada no semi-árido brasileiro, podendo ajudar os habitantes no período da estiagem.
Palavras- chave: subsolo,semi-árido, embasamento cristalino,bacia sedimentar.
1-DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO SUBSOLO NORDESTINO
O nordeste do Brasil é constituído por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, e Bahia. Sendo representado por 18,3% de todo território
brasileiro. É uma região caracterizada fundamentalmente, pela ocorrência do bioma da caatinga, que deu origem ao sertão. O sertão nordestino apresenta clima seco e quente, com chuvas que se
concentram nas estações de verão e outono. O semi-árido nordestino sofre uma influencia direta de várias massas de ar (a Equatorial Atlântica, a Equatorial Continental, a Polar e as Tépidas Atlântica e Calaarina), tais massas interferem no clima, pois, adentram o interior do Nordeste com pouca energia, tornando extremamente variáveis não só o volume das precipitações caídas, mais, principalmente, os intervalos entre as chuvas.
No semi-árido chove pouco, as precipitações variam de 500 e 800mm, havendo, no entanto, bolsões
significativos de 400mm. Por chover tão pouco á espera da chuva se torna uma loteria, e o que
caracteriza o clima seco não é o baixo volume de chuvas caídas, e sim, sua distribuição no espaço.
A questão da água no subsolo, preocupa pois, 70% do semi-árido encontra-se sobre um
embasamento cristalino, onde, as únicas possibilidades de acesso à água ocorrem através de fraturas nas rochas cristalinas e nos aluviões, que são sedimentos arrastados e depositados perto de rios e riachos ao longo do tempo. A distribuição de água no subsolo se dá em duas vertentes estruturais, no embasamento cristalino e nas bacias sedimentares.
1.1 MAPEAMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA NO SUBSOLO NORDESTINO
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um mapeamento, caracterizando
os recursos hídricos do Nordeste brasileiro, onde, os primeiros estudos mostram que, alguns estados foram retratados como: Paraíba e Rio Grande do Norte, onde o mesmo estudo traz informações sobre a localização dos sistemas aqüíferos subterrâneos, que são, rochas capazes de armazenar água no subsolo.
O geólogo do (IBGE) Sidney Ribeiro revelou que o estado do Rio Grande do Norte tem um
armazenamento de água potável significativo na região litorânea, já se afastando do litoral á água se encontra com um teor elevado de salinização. Para isso, ela precisa passar por um processo de dessalinização, para depois poder ser consumida ou utilizada na agricultura.
O mapeamento da região Paraibana, mostrou que a mesma, encontra-se em uma condição ainda
mais crítica. Porque o local onde se armazena água de melhor qualidade fica na região litorânea ou se afastando para o interior, onde só retêm água nos períodos de grandes chuvas. E como chove
pouco e essa chuva é irregular durante o ano, se torna uma situação crítica, tudo que se refere ao consumo de água.
1.2 EMBASAMENTO CRISTALINO
No embasamento cristalino, os solos geralmente são rasos, cerca de 0,60m apresentando baixa
capacidade de infiltração , gerando um alto escorrimento superficial e uma reduzida drenagem
natural. E a pequena quantidade de água que consegue se armazenar, é levada para o fundo através
das fraturas das rochas ou através dos aluviões.
Em termos volumétricos, é possível estimar que o potencial de água/ano no embasamento cristalino
seja de apenas 80 km³. Os aqüíferos dessa área caracterizam-se pela forma desigual de
armazenamento. Essa água é armazenada em fraturas ou fendas nas rochas, chamadas de aqüífero
fissural e quando armazenadas em solos aluviais é chamada de aluvião. Formando pequenos
reservatórios com uma qualidade não muito boa, sujeitos à exaustão devido à evaporação e aos
constantes bombeamentos realizados.
As águas que são exploradas em fendas de rochas cristalinas são em sua maioria de qualidade
inferior, normalmente servindo apenas para o consumo animal, mesmo sendo de péssima qualidade
às vezes atendem ao consumo humano. Desse modo, as águas que tem contato com esse tipo de substrato se mineralizam com muita facilidade, tornando-as salinizadas. São águas cloretadas , que servem para irrigação de acordo com as normas internacionais de RIVERSIDE, com níveis acima
de C3S3 e que apresentam, normalmente resíduos secos médios da ordem de 1.924,0 mg/l (média
geométrica obtida através da análise de 1.600 poços fissurais escavados no estado de Pernambuco)
com valor máximo de 31.700 mg/l.
Esses poços possuem uma vazão muito baixa, com valores médios de 1.000 litros/h.
1.3 BACIAS SEDIMENTARES
Nas bacias sedimentares, os solos geralmente são profundos. Sendo superiores a 2 metros, podendo ultrapassar 6 metros com alta capacidade de infiltração, pois, tem um baixo escorrimento superficial e uma boa drenagem natural. Ou seja, a água das chuvas que conseguem chegar ao solo, e vencer o fator natural de evaporação, por passar por uma espécie de funil natural, chega ao subsolo com uma qualidade inigualável.
E essas características possibilitam a existência de um grande suprimento de água no lençol freático que, por está a níveis tão profundos da superfície do solo, está água que chega nesse nível está totalmente protegida da evaporação.
Apesar das bacias serem possuidoras de um significativo volume de água no subsolo, a mesma
estão localizadas de forma esparsas no Nordeste, verdadeiras ilhas distribuídas de desordenadamente no litoral e no interior da região, com seus volumes distribuídos de forma
desigual. Um exemplo de tal problemática é que estima-se que 70% do volume de água no subsolo
Nordestino estejam localizadas nas bacias do Piauí e do Maranhão.
2- O RELEVO DO SERTÃO
Relevo é um conjunto de desnivelamentos da superfície do globo. Onde o mesmo é o resultado da
atuação de dois grupos de forças que podem ser sucessivas ou simultâneas: endógenas (dobras, falhas, mantos de charriage, vulcões, terremotos) e exógenas (desgastes e acumulação).
O relevo do sertão é marcado pela presença de depressões interplanálticas transformadas em
verdadeiras planícies de erosão, devido a grande extensão dos pediplanos secos bem conservados.
Embora tendo sofrido um processo de erosão, os solos são em geral pedregosos, e pouco profundos.
Há diversos tipos de no sertão, mas, os principais são: o Bruno-não- cálcico, os planossolos, os solos litólicos e os regossolos, todos esses inadequados para uma agricultura convencional.
Contudo, ocorrem também, vários tipos de solo com tendência agrícola. A caatinga por exemplo é uma vegetação xerófita aberta de aspecto agressivo devido à abundância de cactáceas colunares e, também, pela freqüência dos arbustos e árvores com espinhos, características do relevo que distingue fisionomicamente essa região. Porém encontram-se encravadas nessa extensa região, áreas privilegiadas por chuvas orográficas, ou seja, causadas pela presença de serras e outras elevações topográficas, que contribuem para existência de matas úmidas, sendo conhecidas como brejos.
3- ARMAZENAMENTOS SUBTERRÂNEOS
A água subterrânea é a água da chuva infiltrada que fica armazenada no subsolo, nos espaços vazios de solos e rochas, formando os aqüíferos, eles ao reterem as águas das chuvas, onde desempenham papel fundamental no controle das cheias, ajudam as águas encontrando proteção natural contra agentes poluidores ou perdas por evaporação.
O aqüífero possui uma importância estratégica, no que se refere as funções ainda pouco exploradas,
algumas delas como: produção, armazenamento, transporte, regularização, filtragem e auto-depuração, além da função energética, quando as águas saem naturalmente quentes do subsolo.
A água subterrânea corresponde à parcela mais lenta do ciclo hidrológico e constitui a principal reserva de água, ocorrendo em volumes muito superiores aos da superfície. As águas das chuvas que se infiltram no subsolo e migra continuamente em direção às nascentes, leitos de rios, lagos e oceanos, acabam ficando livres da contaminação, se tornando algo pouco explorado e de um imenso valor nutritivo.
Apesar de ser pouco utilizada, a água dos armazenamentos subterrâneos estão se expandindo para
novos rumos como por exemplo: abastecimento, irrigação, calefação, balneoterapia, engarrafamento de águas minerais e potáveis de mesa e outros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (Recursos Naturais e Meio Ambiente, 1998) estima-se que 51% do suprimento de água potável seja originado do recurso hídrico subterrâneo.
3.1 AÇUDES
O semi-árido é um ecossistema muito quente, tão quente que a chuva se evapora antes mesmo de
chegar ao solo. Estudos feitos na região nordeste com 90 açudes demonstraram que cerca de 75% da
água são perdidas dessa forma, restando apenas 25% para o abastecimento humano. Pouco ou nada
sobra para as atividades produtivas. Ou seja, para cada metro cúbico disponível, perdem-se três metros cúbicos de água com a evaporação. O custo é enorme, porque é preciso guardar quatro para, no final, usar apenas um metro cúbico de água. A intermitência dos rios do Nordeste Setentrional é decorrente dos baixos índices de chuvas - em média, de 600 mm anuais, contra mais de 1.900 mm na região Sudeste - e da concentração desses volumes em dois ou três meses do ano.
Pesquisas constatam que no século XX, foram registrados 25 anos com secas, resultando em uma
probabilidade de 25% de um ano qualquer ser seco e um intervalo médio de quatro anos, entre anos
com seca. Os mesmo valores seriam obtidos se fossem considerados os séculos XIX e XX. Os
números revelam que o fenômeno da seca é relativamente comum e ocorreu historicamente com uma
freqüência de 25% em qualquer ano. No Polígono das Secas - que abrange oito Estados nordestinos,
além de parte do norte de Minas Gerais -, a probabilidade de seca sobe para 80% em razão do solo do tipo cristalino, caracterizado pela baixa absorção de água. As águas subterrâneas têm grande alcance social pois os poços, quando bem construídos e protegidos, garantem a saúde da população.
3.2 TIPOS DE POÇOS
Toda perfuração através da qual obtemos água de um aqüífero é, genericamente, denominada de poço. São varias as classificações da nomenclatura “poço”, dentre elas é possível destacar: poços rasos e poços profundos. Os poços rasos se dividem em escavado, ponteiras cravadas, trados e radial.
O escavado é a mais antiga forma de exploração da água subterrânea, estando presente em civilizações muito antigas. São poços cilíndricos, abertos manualmente, com o uso de picareta e pá. Às vezes são usados fogachos (pólvora) para romper blocos de rocha mais resistentes. Entretanto, este expediente é desaconselhável em virtude do perigo que acarreta, sendo proibido por lei a pessoas não autorizadas a lidar com explosivos. Poço escavado é o tipo mais utilizado pela população rural brasileira e, recebe nomes distintos, dependendo da região: cisterna, cacimba, cacimbão, poço amazonas, poço caipira, ou simplesmente poço. Só podem ser escavados em material não muito resistentes, geralmente solo e depósitos sedimentares pouco consolidadas. Certos arenitos friáveis podem ser escavados manualmente.
As ponteiras cravadas são hastes perfuradas, revestida por tela, com terminação cônica e que é
cravada no terreno, através da qual pode-se retirar água com bomba de sucção. Muito popular, só
funciona em aqüíferos muito rasos. Muito usadas em obras de engenharia civil para o rebaixamento do lençol freático.
O poço a trado é um poço que necessita do uso de uma ferramenta chamada de trado, daí o nome poço a trado. E essa ferramenta é composta por é uma caçamba cilíndrica, com aberturas laterais cortantes, rosqueada a uma haste de ferro terminada em T e que penetra no solo através de movimentos giratórios, realizados por um operário (trado manual) ou por um motor (trado mecânico). O poço é perfurado lentamente, pois após algumas voltas o operador tem que levantar a ferramenta para retirar o solo preso na caçamba. À medida que a profundidade aumenta são acrescentados novos segmentos de cano galvanizado na haste, que se tornará, portanto mais pesada.
REFERÊNCIAS
SUASSUNA .J. Distribuição de água no subsolo Nordestino. In: SEMI-ÁRIDO: proposta de
convivência com a seca,1.,2007, São Paulo. Anais eletrônicos. Disponível
em:http://www.miniweb.com.br/geografia/artigos/geologia.Acesso em: 8 out.2008
LEITÃO .T. Qualidade da água no subsolo do Nordeste. In: mapeamento inédito do subsolo do
Nordeste, 10.,2007, São Paulo. Anais eletrônicos. Disponível em:http://www.agenciabrasil.gov.br.
Acesso em: 9 out.2008.
Secretaria de Recursos Hidricos. Brasília DF. Acesso em: 8 out.2008.
Agencia Nacional de Águas ANA. Acesso em: 9 out.2008.
Instituto ciências hoje /www.cienciahoje.vol.com.br. Acesso em: 10 out.2008.
DAIANNA PEREIRA SILVA;
GELZA ARAUJO LACERDA;
SAMARA DE SOUZA SILVA
Em termos geológicos a região nordestina é constituída por duas estruturas básicas: o embasamento cristalino representado por 70% da região semi-árida, e as bacias sedimentares. Essas estruturas têm fundamental importância na disponibilidade de água, principalmente as de subsolo. Em se tratando do embasamento cristalino, só existe duas possibilidades de água no subsolo; nas fraturas das rochas e nos aluviões perto de rios e riachos.
As águas que ficam em contato com esse tipo de estruturas, se mineralizam rapidamente tornando-se salinizadas, devido á facilidade de escorrimento superficial e a baixa capacidade de infiltração da água no sub-solo, por conta dessas características foi possível à construção de um numero expressivo de açudes e barragens, estimadas em cerca de 80 mil que represam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água. Isso significa a maior reserva de água artificialmente acumulada na região semi-árida do mundo.
Com relação às bacias sedimentares, essas são possuidoras de um significativo volume de água, mas todas estão localizadas de forma espaça no nordeste, com seu volume distribuído desigualmente. Para se ter uma idéia dessa problemática estima-se que 70% do volume de água do subsolo, esteja localizado na bacia sedimentar do Piauí /Maranhão.
Em termos quantitativos calcula-se no embasamento cristalino o potencial de apenas 80Km³/ano,
enquanto nas regiões sedimentares esse volume pode chegar á valores maiores como, os existentes nas seguintes bacias: São Luiz /Barreirinhas com 250Km³ano, Maranhão com 17500Km³/ano entre outras.
Desse modo essas características geológicas á cima, tem influencia marcante nas quantidades hídricas exploráveis da região nordeste.
Portanto, apesar do nordeste enfrentar dificuldade por falta de água, o mesmo têm grande capacidade de armazenamento de água no subsolo, que ocorrem com a filtração nas rochas cristalinas e nos aluviões que se acumulam em grande quantidade no interior dos subsolos, sendo uma riqueza ainda não tão explorada no semi-árido brasileiro, podendo ajudar os habitantes no período da estiagem.
Palavras- chave: subsolo,semi-árido, embasamento cristalino,bacia sedimentar.
1-DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO SUBSOLO NORDESTINO
O nordeste do Brasil é constituído por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, e Bahia. Sendo representado por 18,3% de todo território
brasileiro. É uma região caracterizada fundamentalmente, pela ocorrência do bioma da caatinga, que deu origem ao sertão. O sertão nordestino apresenta clima seco e quente, com chuvas que se
concentram nas estações de verão e outono. O semi-árido nordestino sofre uma influencia direta de várias massas de ar (a Equatorial Atlântica, a Equatorial Continental, a Polar e as Tépidas Atlântica e Calaarina), tais massas interferem no clima, pois, adentram o interior do Nordeste com pouca energia, tornando extremamente variáveis não só o volume das precipitações caídas, mais, principalmente, os intervalos entre as chuvas.
No semi-árido chove pouco, as precipitações variam de 500 e 800mm, havendo, no entanto, bolsões
significativos de 400mm. Por chover tão pouco á espera da chuva se torna uma loteria, e o que
caracteriza o clima seco não é o baixo volume de chuvas caídas, e sim, sua distribuição no espaço.
A questão da água no subsolo, preocupa pois, 70% do semi-árido encontra-se sobre um
embasamento cristalino, onde, as únicas possibilidades de acesso à água ocorrem através de fraturas nas rochas cristalinas e nos aluviões, que são sedimentos arrastados e depositados perto de rios e riachos ao longo do tempo. A distribuição de água no subsolo se dá em duas vertentes estruturais, no embasamento cristalino e nas bacias sedimentares.
1.1 MAPEAMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA NO SUBSOLO NORDESTINO
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um mapeamento, caracterizando
os recursos hídricos do Nordeste brasileiro, onde, os primeiros estudos mostram que, alguns estados foram retratados como: Paraíba e Rio Grande do Norte, onde o mesmo estudo traz informações sobre a localização dos sistemas aqüíferos subterrâneos, que são, rochas capazes de armazenar água no subsolo.
O geólogo do (IBGE) Sidney Ribeiro revelou que o estado do Rio Grande do Norte tem um
armazenamento de água potável significativo na região litorânea, já se afastando do litoral á água se encontra com um teor elevado de salinização. Para isso, ela precisa passar por um processo de dessalinização, para depois poder ser consumida ou utilizada na agricultura.
O mapeamento da região Paraibana, mostrou que a mesma, encontra-se em uma condição ainda
mais crítica. Porque o local onde se armazena água de melhor qualidade fica na região litorânea ou se afastando para o interior, onde só retêm água nos períodos de grandes chuvas. E como chove
pouco e essa chuva é irregular durante o ano, se torna uma situação crítica, tudo que se refere ao consumo de água.
1.2 EMBASAMENTO CRISTALINO
No embasamento cristalino, os solos geralmente são rasos, cerca de 0,60m apresentando baixa
capacidade de infiltração , gerando um alto escorrimento superficial e uma reduzida drenagem
natural. E a pequena quantidade de água que consegue se armazenar, é levada para o fundo através
das fraturas das rochas ou através dos aluviões.
Em termos volumétricos, é possível estimar que o potencial de água/ano no embasamento cristalino
seja de apenas 80 km³. Os aqüíferos dessa área caracterizam-se pela forma desigual de
armazenamento. Essa água é armazenada em fraturas ou fendas nas rochas, chamadas de aqüífero
fissural e quando armazenadas em solos aluviais é chamada de aluvião. Formando pequenos
reservatórios com uma qualidade não muito boa, sujeitos à exaustão devido à evaporação e aos
constantes bombeamentos realizados.
As águas que são exploradas em fendas de rochas cristalinas são em sua maioria de qualidade
inferior, normalmente servindo apenas para o consumo animal, mesmo sendo de péssima qualidade
às vezes atendem ao consumo humano. Desse modo, as águas que tem contato com esse tipo de substrato se mineralizam com muita facilidade, tornando-as salinizadas. São águas cloretadas , que servem para irrigação de acordo com as normas internacionais de RIVERSIDE, com níveis acima
de C3S3 e que apresentam, normalmente resíduos secos médios da ordem de 1.924,0 mg/l (média
geométrica obtida através da análise de 1.600 poços fissurais escavados no estado de Pernambuco)
com valor máximo de 31.700 mg/l.
Esses poços possuem uma vazão muito baixa, com valores médios de 1.000 litros/h.
1.3 BACIAS SEDIMENTARES
Nas bacias sedimentares, os solos geralmente são profundos. Sendo superiores a 2 metros, podendo ultrapassar 6 metros com alta capacidade de infiltração, pois, tem um baixo escorrimento superficial e uma boa drenagem natural. Ou seja, a água das chuvas que conseguem chegar ao solo, e vencer o fator natural de evaporação, por passar por uma espécie de funil natural, chega ao subsolo com uma qualidade inigualável.
E essas características possibilitam a existência de um grande suprimento de água no lençol freático que, por está a níveis tão profundos da superfície do solo, está água que chega nesse nível está totalmente protegida da evaporação.
Apesar das bacias serem possuidoras de um significativo volume de água no subsolo, a mesma
estão localizadas de forma esparsas no Nordeste, verdadeiras ilhas distribuídas de desordenadamente no litoral e no interior da região, com seus volumes distribuídos de forma
desigual. Um exemplo de tal problemática é que estima-se que 70% do volume de água no subsolo
Nordestino estejam localizadas nas bacias do Piauí e do Maranhão.
2- O RELEVO DO SERTÃO
Relevo é um conjunto de desnivelamentos da superfície do globo. Onde o mesmo é o resultado da
atuação de dois grupos de forças que podem ser sucessivas ou simultâneas: endógenas (dobras, falhas, mantos de charriage, vulcões, terremotos) e exógenas (desgastes e acumulação).
O relevo do sertão é marcado pela presença de depressões interplanálticas transformadas em
verdadeiras planícies de erosão, devido a grande extensão dos pediplanos secos bem conservados.
Embora tendo sofrido um processo de erosão, os solos são em geral pedregosos, e pouco profundos.
Há diversos tipos de no sertão, mas, os principais são: o Bruno-não- cálcico, os planossolos, os solos litólicos e os regossolos, todos esses inadequados para uma agricultura convencional.
Contudo, ocorrem também, vários tipos de solo com tendência agrícola. A caatinga por exemplo é uma vegetação xerófita aberta de aspecto agressivo devido à abundância de cactáceas colunares e, também, pela freqüência dos arbustos e árvores com espinhos, características do relevo que distingue fisionomicamente essa região. Porém encontram-se encravadas nessa extensa região, áreas privilegiadas por chuvas orográficas, ou seja, causadas pela presença de serras e outras elevações topográficas, que contribuem para existência de matas úmidas, sendo conhecidas como brejos.
3- ARMAZENAMENTOS SUBTERRÂNEOS
A água subterrânea é a água da chuva infiltrada que fica armazenada no subsolo, nos espaços vazios de solos e rochas, formando os aqüíferos, eles ao reterem as águas das chuvas, onde desempenham papel fundamental no controle das cheias, ajudam as águas encontrando proteção natural contra agentes poluidores ou perdas por evaporação.
O aqüífero possui uma importância estratégica, no que se refere as funções ainda pouco exploradas,
algumas delas como: produção, armazenamento, transporte, regularização, filtragem e auto-depuração, além da função energética, quando as águas saem naturalmente quentes do subsolo.
A água subterrânea corresponde à parcela mais lenta do ciclo hidrológico e constitui a principal reserva de água, ocorrendo em volumes muito superiores aos da superfície. As águas das chuvas que se infiltram no subsolo e migra continuamente em direção às nascentes, leitos de rios, lagos e oceanos, acabam ficando livres da contaminação, se tornando algo pouco explorado e de um imenso valor nutritivo.
Apesar de ser pouco utilizada, a água dos armazenamentos subterrâneos estão se expandindo para
novos rumos como por exemplo: abastecimento, irrigação, calefação, balneoterapia, engarrafamento de águas minerais e potáveis de mesa e outros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (Recursos Naturais e Meio Ambiente, 1998) estima-se que 51% do suprimento de água potável seja originado do recurso hídrico subterrâneo.
3.1 AÇUDES
O semi-árido é um ecossistema muito quente, tão quente que a chuva se evapora antes mesmo de
chegar ao solo. Estudos feitos na região nordeste com 90 açudes demonstraram que cerca de 75% da
água são perdidas dessa forma, restando apenas 25% para o abastecimento humano. Pouco ou nada
sobra para as atividades produtivas. Ou seja, para cada metro cúbico disponível, perdem-se três metros cúbicos de água com a evaporação. O custo é enorme, porque é preciso guardar quatro para, no final, usar apenas um metro cúbico de água. A intermitência dos rios do Nordeste Setentrional é decorrente dos baixos índices de chuvas - em média, de 600 mm anuais, contra mais de 1.900 mm na região Sudeste - e da concentração desses volumes em dois ou três meses do ano.
Pesquisas constatam que no século XX, foram registrados 25 anos com secas, resultando em uma
probabilidade de 25% de um ano qualquer ser seco e um intervalo médio de quatro anos, entre anos
com seca. Os mesmo valores seriam obtidos se fossem considerados os séculos XIX e XX. Os
números revelam que o fenômeno da seca é relativamente comum e ocorreu historicamente com uma
freqüência de 25% em qualquer ano. No Polígono das Secas - que abrange oito Estados nordestinos,
além de parte do norte de Minas Gerais -, a probabilidade de seca sobe para 80% em razão do solo do tipo cristalino, caracterizado pela baixa absorção de água. As águas subterrâneas têm grande alcance social pois os poços, quando bem construídos e protegidos, garantem a saúde da população.
3.2 TIPOS DE POÇOS
Toda perfuração através da qual obtemos água de um aqüífero é, genericamente, denominada de poço. São varias as classificações da nomenclatura “poço”, dentre elas é possível destacar: poços rasos e poços profundos. Os poços rasos se dividem em escavado, ponteiras cravadas, trados e radial.
O escavado é a mais antiga forma de exploração da água subterrânea, estando presente em civilizações muito antigas. São poços cilíndricos, abertos manualmente, com o uso de picareta e pá. Às vezes são usados fogachos (pólvora) para romper blocos de rocha mais resistentes. Entretanto, este expediente é desaconselhável em virtude do perigo que acarreta, sendo proibido por lei a pessoas não autorizadas a lidar com explosivos. Poço escavado é o tipo mais utilizado pela população rural brasileira e, recebe nomes distintos, dependendo da região: cisterna, cacimba, cacimbão, poço amazonas, poço caipira, ou simplesmente poço. Só podem ser escavados em material não muito resistentes, geralmente solo e depósitos sedimentares pouco consolidadas. Certos arenitos friáveis podem ser escavados manualmente.
As ponteiras cravadas são hastes perfuradas, revestida por tela, com terminação cônica e que é
cravada no terreno, através da qual pode-se retirar água com bomba de sucção. Muito popular, só
funciona em aqüíferos muito rasos. Muito usadas em obras de engenharia civil para o rebaixamento do lençol freático.
O poço a trado é um poço que necessita do uso de uma ferramenta chamada de trado, daí o nome poço a trado. E essa ferramenta é composta por é uma caçamba cilíndrica, com aberturas laterais cortantes, rosqueada a uma haste de ferro terminada em T e que penetra no solo através de movimentos giratórios, realizados por um operário (trado manual) ou por um motor (trado mecânico). O poço é perfurado lentamente, pois após algumas voltas o operador tem que levantar a ferramenta para retirar o solo preso na caçamba. À medida que a profundidade aumenta são acrescentados novos segmentos de cano galvanizado na haste, que se tornará, portanto mais pesada.
REFERÊNCIAS
SUASSUNA .J. Distribuição de água no subsolo Nordestino. In: SEMI-ÁRIDO: proposta de
convivência com a seca,1.,2007, São Paulo. Anais eletrônicos. Disponível
em:http://www.miniweb.com.br/geografia/artigos/geologia.Acesso em: 8 out.2008
LEITÃO .T. Qualidade da água no subsolo do Nordeste. In: mapeamento inédito do subsolo do
Nordeste, 10.,2007, São Paulo. Anais eletrônicos. Disponível em:http://www.agenciabrasil.gov.br.
Acesso em: 9 out.2008.
Secretaria de Recursos Hidricos. Brasília DF. Acesso em: 8 out.2008.
Agencia Nacional de Águas ANA. Acesso em: 9 out.2008.
Instituto ciências hoje /www.cienciahoje.vol.com.br. Acesso em: 10 out.2008.
A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E SEUS ASPECTOS (II Simpósio de Geografia Física do Nordeste- 2008)
A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E SEUS ASPECTOS
Gelza Araujo Lacerda;
Maria Teresa neto;
Vagner da Cunha Lima
RESUMO:
A grande quantidade de informações veiculadas nos meios de comunicação, ora à favor,
ora contra a transposição causa uma confusão no entendimento das populações envolvidas pelo projeto que ficam sem saber em quem acreditar. Os encontros para debates e estudos sérios a cerca do assunto, ficam restritos ao mundo acadêmico, com algumas poucas publicações oficiais. É necessário esclarecer de fato quais os reais problemas enfrentados pelo projeto, suas vantagens e possíveis conseqüências deixando de lado termos técnicos de difícil compreensão, principalmente por parte das comunidades que vivem da agricultura e pesca. Dessa forma este trabalho tenta mostrar com uma
linguagem clara e simples, os reais desafios do projeto de transposição, o que as comunidades
ribeirinhas podem ganhar com ele, e os possíveis problemas que podem sofrer no futuro. Foi deixado de lado dados numéricos difíceis de serem mensurados devido a grandiosidade do rio. Bem como foi mostrado os dois pontos de vista discordantes e suas fundamentações. Tentando dessa forma não produzir apenas uma opinião, más possibilitar a quem lê formar uma opinião a partir de sua própria consciência.
Palavras-chave: Entendimento, transposição, problemas, esclarecer.
II SIMPÓSIO DE GEOGRAFIA FÍSICA DO NORDESTE: sustentabilidade e meio ambiente no nordeste brasileiro
1- A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E SEUS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Várias questões que envolvem a transposição do rio São Francisco geram discordâncias entre técnicos, ambientalistas e populações ribeirinhas. Alguns afirmam que o rio não dura mais que 50 anos. Há aqueles que não apóiam a transposição por achar que ela só beneficiará o agronegócio nas regiões de destino dos canais, aumentando as desigualdades sociais já absurdas no nordeste brasileiro. E há aqueles que pensam exatamente o contrário.
O temor dos que se opõem ao projeto se justifica, pelo fato dos governos do Brasil não terem a cultura de planejar para demandas futuras, deixando para tomar providências quase sempre quando a situação é de calamidade. Sendo, de certa forma, comandados pelas necessidades inadiáveis. Esse temor se justifica, pelo fato dos administradores públicos já saberem das reais e já antigas necessidades da bacia do São Francisco, que há algumas décadas vem dando sinais de desgaste, pela agressividade com que se derrubam as matas em suas margens e o conseqüente assoreamento, sem falar na poluição causada pelo despejo irresponsável de esgoto não tratado em seu leito, e pelo uso indiscriminado de agrotóxicos que vem contaminando os solos e os mananciais há décadas. Levando em consideração tudo isso, as populações ribeirinhas, têm todo o direito de duvidar da eficiência, planejamento, execução, e principalmente da manutenção e cumprimento do plano de revitalização, que vem como um “anexo” à transposição, quando deveria ser o principal objetivo a ser alcançado, para só então, se pensar em dividir águas com regiões, que historicamente têm dificuldades em administrar seus recursos hídricos, pelos mesmos motivos que as populações banhadas pelo grande rio. Que é a falta de conscientização da população, planejamento e cuidado no uso racional da água por parte das cidades banhadas pelo rio. E não é só isso, quem garante que uma instituição séria e comprometida com o desenvolvimento sustentável irá administrar os canais? Ou quem garante que a água será distribuída de forma imparcial, justa, sem se levar em conta as disputas regionais e os redutos eleitorais de políticos acostumados a usarem a escassez e a distribuição de água em carro-pipa como cabresto? Como têm acontecido em muitas localidades próximas ao Velho Chico? É necessário que esse projeto tenha continuidade, abastecendo reservatórios, privilegiando as comunidades que realmente sofrem nos períodos de estiagem com escassez no abastecimento humano. Pois foi esse o grande problema que comoveu governos e idealizadores do projeto que se sensibilizaram com essa situação desde o império até os dias de hoje. Se a transposição se desviar da sua missão histórica, ela será lembrada, sem dúvida, como mais um grande empreendimento com dinheiro público que irá gerar alguns empregos, mas principalmente por aumentar ainda mais as desigualdades sociais do Nordeste brasileiro.
Além de toda essa desconfiança, as comunidades ribeirinhas já não sabem em quem acreditar. Devido à grande quantidade de informações técnicas que são lançadas na mídia, ora a favor, ora contra a transposição. Essa confusão acabou por disseminar ideais equivocadas, como a de que o rio poderia secar após a transposição, o que não é verdade, já que técnicos e estudiosos do assunto, tanto contra quanto à favor, são unânimes em desmentir essa afirmação. Outros estão crentes que o projeto só é viável mediante interligação com bacias da região centro-oeste. O que também não é verdade, tendo em vista que estudos revelam que o rio possui vazão suficiente para o projeto. Com uma ressalva apenas para a diminuição da capacidade de geração de energia das hidrelétricas , esse é um dos poucos impactos matematicamente comprovados para as regiões doadoras de águas. Porém, essas informações parecem não chegar a todas as comunidades envolvidas.
Por esses motivos as populações acabam por ficarem sem saber tomar um posicionamento consciente nessas questões que envolve suas próprias vidas.
No outro extremo dessas discussões estão as populações do nordeste setentrional, ansiosas por ver seus rios e açudes alimentados com as águas do São Francisco.
Considerando e respeitando todos os pontos de vista, podemos dizer que num ponto todos concordam, o rio precisa urgentemente de uma revitalização, que não acontecerá de um dia para o outro. A revitalização aparece então como remédio para viabilizar o projeto, fazendo com que parte da população, que outrora eram contra, agora se mostrem à favor, desde que seja feita a recuperação das matas ciliares e até uma interligação entre bacias.
Todos também concordam que o rio promove desenvolvimento por todas as cidades por onde passa.
Por que água em abundância promove vida abundante. E é claro, que em todos esses lugares o rio é
utilizado em menor ou maior escala pela agricultura de subsistência e no agronegócio. E quem ganha mais com isso? Certamente, ninguém discorda que as classes mais abastadas se beneficiam mais, ganham mais dinheiro que as outras. E isso é fácil de entender, pois estamos vivendo o modelo capitalista numa sociedade capitalista. Onde quem tem mais ganha mais, é a lógica matemática capitalista, onde todos ganham direta ou indiretamente. Alguns aspectos devem ser considerados pelas comunidades ribeirinhas que se esquecem que os empresários investindo seu capital, promovem desenvolvimento e geração de emprego, fazendo com que as cidades cresçam e se desenvolvam em todos os aspectos.
Analisemos a situação das cidades de Juazeiro e Petrolina, com seus projetos de irrigação exportando frutas para o mundo, transformando a região num pólo universitário com várias faculdades estadual, federal e particular, bem como cursos técnicos profissionalizantes. Essas cidades com seu comércio aquecido, não para de atrair investimentos para região, gerando cada vez mais empregos. Agora pense o que seria dessa região sem o Velho Chico? Certamente Juazeiro seria mais uma cidadezinha pacata e subdesenvolvida do interior da Bahia. Porém se perguntarmos a um ribeirinho assalariado quanto dinheiro ele ganha com o rio, ele possivelmente responderá, “nada”, o que não é verdade, todos dependem do rio, tanto o empresário do agonegócio quanto o do ramo de confecções, bem como, o assalariado. Essa falta de entendimento causa uma confusão na opinião das comunidades ribeirinhas, fazendo com que estas não reconheçam seu real papel no contexto. Considerando que as águas do rio, ao chegar no nordeste setrentional e seco promoverá desenvolvimento e geração de empregos, fazendo com que aquelas pessoas que lá moram não precisem sair de suas regiões nem abandonar suas terras para vir morar nas periferias e favelas de cidades industrializadas, diminuindo dessa forma a oferta de mão de obra desqualificada nessas regiões, esse fenômeno pode valorizar o trabalhador local, melhorando sua qualidade de vida. Isso faz pensar, se não vale à pena lutar por uma transposição que seja capaz não só de levar água para matar a sede de pessoas e animais, más também de promover desenvolvimento social fortalecendo e aumentando os laços entre essas regiões. Cumprindo, assim, com aquela que parece ser a vocação do Rio da Integração. Outro aspecto positivo é o fato de que as cidades que serão banhadas pelo rio, vão engrossar as fileiras dos defensores dele. Talvez essas comunidades se tornem as mais fervorosas defensoras do nosso rio, pelo fato de não quererem perdê-lo e voltarem ao seu estado inicial.
Analisando desse ponto de vista, deve-se perguntar por que se deve impedir que isso aconteça com
nossos irmãos nordestinos que padecem necessidades básicas por falta de investimentos? Se tivéssemos a certeza de que o rio morreria por causa da transposição, justificaria ficar contra o projeto. É bom lembrar que, a idéia de que o rio pode morrer por causa do desvio de águas, foi precipitadamente disseminada nas comunidades ribeirinhas. Más isso não vai acontecer como já é sabido de todos, pois, a quantidade de água a ser levada para o norte não causará déficit significativo para o abastecimento de água, más provavelmente para o abastecimento de energia, segundo especialistas. A vontade de se transportar águas do São Francisco é antiga, pois o problema de má distribuição das águas na região sempre foi e sempre será o mesmo. O sertão vai continuar a impor suas condições, e ser o que é independente do que se faça. Isso devido a sua localização geográfica, relevo e características próprias só encontradas aqui. O problema da seca é comovente, desde sempre, e o nosso rio e suas águas abundantes alimentou a esperança de governos e intelectuais bem intencionados desde o século IXX com D. Pedro II, passando pelos governos civis e militares, chegando até os dias atuais. Porém, estamos vivendo um momento histórico, pois após décadas o Brasil possui recursos financeiro, conhecimento tecnológico, e vontade política, fatores estes que faltaram a todos os idealizadores desse projeto. O Nordeste brasileiro esperou séculos por este momento. E não parece justo deixar de atender
a essa aspiração pelo fato de termos degradado as margens e comprometido a saúde do rio. Os nossos irmão do norte devem esperar por mais quanto tempo? O fato de o rio está necessitando urgentemente de uma revitalização é de inteira responsabilidades das comunidades que hoje são banhadas pelas suas águas. Nossos irmão do nordeste setentrional não devem pagar pelos erros de outros nem com recursos financeiros já parcos por lá muito menos com a espera de mais algumas décadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Recursos Hídricos. Atlas das áreas
suscetíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA 2007. CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracajú, 14 de Maio de 2001
NACIONAL .M.I. : São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da Republica, Março de 2008.
Gelza Araujo Lacerda;
Maria Teresa neto;
Vagner da Cunha Lima
RESUMO:
A grande quantidade de informações veiculadas nos meios de comunicação, ora à favor,
ora contra a transposição causa uma confusão no entendimento das populações envolvidas pelo projeto que ficam sem saber em quem acreditar. Os encontros para debates e estudos sérios a cerca do assunto, ficam restritos ao mundo acadêmico, com algumas poucas publicações oficiais. É necessário esclarecer de fato quais os reais problemas enfrentados pelo projeto, suas vantagens e possíveis conseqüências deixando de lado termos técnicos de difícil compreensão, principalmente por parte das comunidades que vivem da agricultura e pesca. Dessa forma este trabalho tenta mostrar com uma
linguagem clara e simples, os reais desafios do projeto de transposição, o que as comunidades
ribeirinhas podem ganhar com ele, e os possíveis problemas que podem sofrer no futuro. Foi deixado de lado dados numéricos difíceis de serem mensurados devido a grandiosidade do rio. Bem como foi mostrado os dois pontos de vista discordantes e suas fundamentações. Tentando dessa forma não produzir apenas uma opinião, más possibilitar a quem lê formar uma opinião a partir de sua própria consciência.
Palavras-chave: Entendimento, transposição, problemas, esclarecer.
II SIMPÓSIO DE GEOGRAFIA FÍSICA DO NORDESTE: sustentabilidade e meio ambiente no nordeste brasileiro
1- A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E SEUS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Várias questões que envolvem a transposição do rio São Francisco geram discordâncias entre técnicos, ambientalistas e populações ribeirinhas. Alguns afirmam que o rio não dura mais que 50 anos. Há aqueles que não apóiam a transposição por achar que ela só beneficiará o agronegócio nas regiões de destino dos canais, aumentando as desigualdades sociais já absurdas no nordeste brasileiro. E há aqueles que pensam exatamente o contrário.
O temor dos que se opõem ao projeto se justifica, pelo fato dos governos do Brasil não terem a cultura de planejar para demandas futuras, deixando para tomar providências quase sempre quando a situação é de calamidade. Sendo, de certa forma, comandados pelas necessidades inadiáveis. Esse temor se justifica, pelo fato dos administradores públicos já saberem das reais e já antigas necessidades da bacia do São Francisco, que há algumas décadas vem dando sinais de desgaste, pela agressividade com que se derrubam as matas em suas margens e o conseqüente assoreamento, sem falar na poluição causada pelo despejo irresponsável de esgoto não tratado em seu leito, e pelo uso indiscriminado de agrotóxicos que vem contaminando os solos e os mananciais há décadas. Levando em consideração tudo isso, as populações ribeirinhas, têm todo o direito de duvidar da eficiência, planejamento, execução, e principalmente da manutenção e cumprimento do plano de revitalização, que vem como um “anexo” à transposição, quando deveria ser o principal objetivo a ser alcançado, para só então, se pensar em dividir águas com regiões, que historicamente têm dificuldades em administrar seus recursos hídricos, pelos mesmos motivos que as populações banhadas pelo grande rio. Que é a falta de conscientização da população, planejamento e cuidado no uso racional da água por parte das cidades banhadas pelo rio. E não é só isso, quem garante que uma instituição séria e comprometida com o desenvolvimento sustentável irá administrar os canais? Ou quem garante que a água será distribuída de forma imparcial, justa, sem se levar em conta as disputas regionais e os redutos eleitorais de políticos acostumados a usarem a escassez e a distribuição de água em carro-pipa como cabresto? Como têm acontecido em muitas localidades próximas ao Velho Chico? É necessário que esse projeto tenha continuidade, abastecendo reservatórios, privilegiando as comunidades que realmente sofrem nos períodos de estiagem com escassez no abastecimento humano. Pois foi esse o grande problema que comoveu governos e idealizadores do projeto que se sensibilizaram com essa situação desde o império até os dias de hoje. Se a transposição se desviar da sua missão histórica, ela será lembrada, sem dúvida, como mais um grande empreendimento com dinheiro público que irá gerar alguns empregos, mas principalmente por aumentar ainda mais as desigualdades sociais do Nordeste brasileiro.
Além de toda essa desconfiança, as comunidades ribeirinhas já não sabem em quem acreditar. Devido à grande quantidade de informações técnicas que são lançadas na mídia, ora a favor, ora contra a transposição. Essa confusão acabou por disseminar ideais equivocadas, como a de que o rio poderia secar após a transposição, o que não é verdade, já que técnicos e estudiosos do assunto, tanto contra quanto à favor, são unânimes em desmentir essa afirmação. Outros estão crentes que o projeto só é viável mediante interligação com bacias da região centro-oeste. O que também não é verdade, tendo em vista que estudos revelam que o rio possui vazão suficiente para o projeto. Com uma ressalva apenas para a diminuição da capacidade de geração de energia das hidrelétricas , esse é um dos poucos impactos matematicamente comprovados para as regiões doadoras de águas. Porém, essas informações parecem não chegar a todas as comunidades envolvidas.
Por esses motivos as populações acabam por ficarem sem saber tomar um posicionamento consciente nessas questões que envolve suas próprias vidas.
No outro extremo dessas discussões estão as populações do nordeste setentrional, ansiosas por ver seus rios e açudes alimentados com as águas do São Francisco.
Considerando e respeitando todos os pontos de vista, podemos dizer que num ponto todos concordam, o rio precisa urgentemente de uma revitalização, que não acontecerá de um dia para o outro. A revitalização aparece então como remédio para viabilizar o projeto, fazendo com que parte da população, que outrora eram contra, agora se mostrem à favor, desde que seja feita a recuperação das matas ciliares e até uma interligação entre bacias.
Todos também concordam que o rio promove desenvolvimento por todas as cidades por onde passa.
Por que água em abundância promove vida abundante. E é claro, que em todos esses lugares o rio é
utilizado em menor ou maior escala pela agricultura de subsistência e no agronegócio. E quem ganha mais com isso? Certamente, ninguém discorda que as classes mais abastadas se beneficiam mais, ganham mais dinheiro que as outras. E isso é fácil de entender, pois estamos vivendo o modelo capitalista numa sociedade capitalista. Onde quem tem mais ganha mais, é a lógica matemática capitalista, onde todos ganham direta ou indiretamente. Alguns aspectos devem ser considerados pelas comunidades ribeirinhas que se esquecem que os empresários investindo seu capital, promovem desenvolvimento e geração de emprego, fazendo com que as cidades cresçam e se desenvolvam em todos os aspectos.
Analisemos a situação das cidades de Juazeiro e Petrolina, com seus projetos de irrigação exportando frutas para o mundo, transformando a região num pólo universitário com várias faculdades estadual, federal e particular, bem como cursos técnicos profissionalizantes. Essas cidades com seu comércio aquecido, não para de atrair investimentos para região, gerando cada vez mais empregos. Agora pense o que seria dessa região sem o Velho Chico? Certamente Juazeiro seria mais uma cidadezinha pacata e subdesenvolvida do interior da Bahia. Porém se perguntarmos a um ribeirinho assalariado quanto dinheiro ele ganha com o rio, ele possivelmente responderá, “nada”, o que não é verdade, todos dependem do rio, tanto o empresário do agonegócio quanto o do ramo de confecções, bem como, o assalariado. Essa falta de entendimento causa uma confusão na opinião das comunidades ribeirinhas, fazendo com que estas não reconheçam seu real papel no contexto. Considerando que as águas do rio, ao chegar no nordeste setrentional e seco promoverá desenvolvimento e geração de empregos, fazendo com que aquelas pessoas que lá moram não precisem sair de suas regiões nem abandonar suas terras para vir morar nas periferias e favelas de cidades industrializadas, diminuindo dessa forma a oferta de mão de obra desqualificada nessas regiões, esse fenômeno pode valorizar o trabalhador local, melhorando sua qualidade de vida. Isso faz pensar, se não vale à pena lutar por uma transposição que seja capaz não só de levar água para matar a sede de pessoas e animais, más também de promover desenvolvimento social fortalecendo e aumentando os laços entre essas regiões. Cumprindo, assim, com aquela que parece ser a vocação do Rio da Integração. Outro aspecto positivo é o fato de que as cidades que serão banhadas pelo rio, vão engrossar as fileiras dos defensores dele. Talvez essas comunidades se tornem as mais fervorosas defensoras do nosso rio, pelo fato de não quererem perdê-lo e voltarem ao seu estado inicial.
Analisando desse ponto de vista, deve-se perguntar por que se deve impedir que isso aconteça com
nossos irmãos nordestinos que padecem necessidades básicas por falta de investimentos? Se tivéssemos a certeza de que o rio morreria por causa da transposição, justificaria ficar contra o projeto. É bom lembrar que, a idéia de que o rio pode morrer por causa do desvio de águas, foi precipitadamente disseminada nas comunidades ribeirinhas. Más isso não vai acontecer como já é sabido de todos, pois, a quantidade de água a ser levada para o norte não causará déficit significativo para o abastecimento de água, más provavelmente para o abastecimento de energia, segundo especialistas. A vontade de se transportar águas do São Francisco é antiga, pois o problema de má distribuição das águas na região sempre foi e sempre será o mesmo. O sertão vai continuar a impor suas condições, e ser o que é independente do que se faça. Isso devido a sua localização geográfica, relevo e características próprias só encontradas aqui. O problema da seca é comovente, desde sempre, e o nosso rio e suas águas abundantes alimentou a esperança de governos e intelectuais bem intencionados desde o século IXX com D. Pedro II, passando pelos governos civis e militares, chegando até os dias atuais. Porém, estamos vivendo um momento histórico, pois após décadas o Brasil possui recursos financeiro, conhecimento tecnológico, e vontade política, fatores estes que faltaram a todos os idealizadores desse projeto. O Nordeste brasileiro esperou séculos por este momento. E não parece justo deixar de atender
a essa aspiração pelo fato de termos degradado as margens e comprometido a saúde do rio. Os nossos irmão do norte devem esperar por mais quanto tempo? O fato de o rio está necessitando urgentemente de uma revitalização é de inteira responsabilidades das comunidades que hoje são banhadas pelas suas águas. Nossos irmão do nordeste setentrional não devem pagar pelos erros de outros nem com recursos financeiros já parcos por lá muito menos com a espera de mais algumas décadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Recursos Hídricos. Atlas das áreas
suscetíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA 2007. CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracajú, 14 de Maio de 2001
NACIONAL .M.I. : São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da Republica, Março de 2008.
O RIO SÃO FRANCISCO: E A QUESTÃO DA TRANSPOSIÇÃO (Simpósio Nacional de Geografia Viçosa MG)
EIXO TEMÁTICO 3: GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS E AS DINÂMICAS HIDROLÓGICAS.
ANDERSON DE MENDONÇA / PROFESSOR UPE/
andermend@bol.com.br
GELZA ARAUJO LACERDA / UPE/
gelzageografa@hotmail.com
MIREULA SORAIA ALVES SOUZA / UPE/
mireula.soraia@hotmail.com
SAMARA DE SOUZA SILVA / UPE/
samarinha_silva18@hotmail.com
VAGNER DA CUNHA LIMA / UPE /
vagnercl@hotmail.com
1.O RIO SÃO FRANCISCO: E A QUESTÃO DA TRANSPOSIÇÃO
O Rio São Francisco estende-se por aproximadamente 2.700 quilômetros, entre a nascente, que fica localizada na Serra da Canastra, no município Mineiro de São Roque de Minas, e a foz, situada entre os estados de Alagoas e Sergipe, nas proximidades da cidade Alagoana de Piaçabuçu.
O Rio tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento humano das populações ao longo do seu
curso, banhando municípios significativos para o País como: os do estado de MinasGerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Alem do que, o Rio constitui a terceira bacia hidrográfica do Brasil. Por isso, que esse manancial é um fator natural para desenvolvimento sustentável e climático, responsável pela qualidade de vida de todos os ribeirinhos que fazem parte dessa riqueza natural.
O São Francisco, como um Rio de grande porte possui 36 afluentes, sendo que desses apenas 19 são
perenes. Os principais são os das margens: direita, os Rios: das Velhas, Jequitaí e Verde Grande, constituídos por águas claras por serem oriundos de terrenos cristalinos. E os da margem esquerda, os Rios Paracatu, Urucuia, Cariranha, Corrente e Grande, estes vindos de terrenos sedimentares são mais barrentos.
Mesmo diante de tanta riqueza, o Rio está passando por um momento de “ATENÇÃO” os governantes
chegaram à conclusão de que lugares necessitam das águas do Velho Chico, lugares esses, que ribeirinhos vivem em condições de plena escassez de água. Junto com essa preocupação dos governantes em desenvolver o Projeto de Transposição, fica a pergunta: Será que essas águas irão realmente ajudar os ribeirinhos? Que em questão são os do estado da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
O projeto traz muitas discordâncias entre técnicos, ambientalistas e a própria população ribeirinha. Alguns chegam a afirmar que o rio não dura mais de 50 anos. Há aqueles que não apóiam a transposição por achar que a mesma só beneficiará o agronegócio nas regiões de destino dos canais, aumentando assim, as desigualdades sociais já absurdas no nordeste brasileiro. E há os que pensam exatamente o contrário.
Além de toda essa desconfiança, as comunidades ribeirinhas já não sabem em quem acreditar. Devido à grande quantidade de informações técnicas que são lançadas na mídia, ora a favor, ora contra a transposição. Essa confusão acabou por disseminar ideais equivocadas, como a de que o rio poderia secar após a transposição, o que não é verdade, já que técnicos e estudiosos do assunto, tanto contra quanto a favor, são unânimes em desmentir essa afirmação. Outros estão crentes que o projeto só é viável mediante interligação com bacias da região centro-oeste. O que também não é verdade, tendo em vista que estudos revelam que o rio possui vazão suficiente para o projeto. Com uma ressalva apenas
para a diminuição da capacidade de geração de energia das hidrelétricas, esse é um dos poucos impactos matematicamente comprovados para as regiões doadoras de águas. Porém, essas informações parecem não chegar a todas as comunidades envolvidas.
Por esses motivos as populações acabam por ficar sem saber tomar um posicionamento consciente. Considerando e respeitando todos os pontos de vista, podemos dizer que num ponto todos concordam, o rio precisa urgentemente de uma revitalização, que não acontecerá de um dia para o outro. A revitalização aparece então como remédio para viabilizar o projeto, fazendo com que parte da população, que outrora era contra, agora se mostre a favor, desde que seja feita a recuperação das matas ciliares e até uma interligação entre bacias. Todos também concordam que o rio promove desenvolvimento por todas as cidades por onde passa. Porque água em abundância promove vida abundante. E é claro, que em todos esses lugares o rio é utilizado em menor ou maior escala pela agricultura de subsistência e no agronegócio.
Analisemos a situação das cidades de Juazeiro e Petrolina, com seus projetos de irrigação exportando frutas para o mundo, transformando a região num pólo universitário com várias faculdades estadual, federal e particular, bem como cursos técnicos profissionalizantes. Essa situação mantém o comércio aquecido, e essas cidades não param de atrair investimentos para região, gerando cada vez mais empregos. Agora, se pensarmos no que seria dessa região sem o Velho Chico? Certamente Juazeiro seria mais uma cidadezinha pacata e subdesenvolvida do interior da Bahia, juntamente com Petrolina.
Porém, se perguntarmos a um ribeirinho assalariado quanto “dinheiro” ele ganha com o rio, ele possivelmente responderá, “nada”, o que não é verdade, todos dependem do rio, tanto o empresário do agronegócio quanto o do ramo de confecções, bem como, o assalariado. Essa falta de entendimento causa uma confusão na opinião das comunidades ribeirinhas, fazendo com que estas não reconheçam seu real papel no contexto.
Considerando que as águas do rio, ao chegar ao nordeste setentrional e seco promoverão desenvolvimento e geração de empregos, fazendo com que aquelas pessoas que lá moram não precisem sair de suas regiões nem abandonar suas terras para vir morar nas periferias e favelas de cidades industrializadas, diminuindo dessa forma a oferta de mão de obra desqualificada nessas regiões, esse fenômeno pode valorizar o trabalhador os locais de ambas as áreas melhorando sua qualidade de vida. Isso faz pensar, se não vale à pena lutar por uma transposição que seja capaz, não só de levar água para matar a sede de pessoas e animais, mas também de promover desenvolvimento social fortalecendo e aumentando os laços entre essas regiões. Cumprindo, assim, com aquela que parece ser a vocação do Rio da Integração. O Nordeste brasileiro esperou séculos por este momento. E
não parece justo deixar de atender a essa aspiração pelo fato de termos degradado as margens e comprometido à saúde do rio. Os nossos irmãos do norte devem esperar por mais quanto tempo? O fato de o rio está necessitando urgentemente de uma revitalização é de inteira responsabilidade das comunidades que hoje são banhadas pelas suas águas. Nossos irmãos do nordeste setentrional não devem pagar pelos erros de outros nem com recursos financeiros já parcos por lá, muito menos com a espera de mais algumas décadas.
REFERÊNCIAS
1. AGUAVALE. Nascente do Rio São Francisco – MG. 2004. 1 fotografia. color.
2. Bacia do São Francisco. 1 gravura. color.
3. AGUAVALE. Represa Três Marias – MG. 2004. 1 fotografia. color.
4. AGUAVALE. Ribeirinha. 2004. 1 fotografia. color.
5. AGUAVALE. Fruticultura Irrigada de Petrolina – PE. 2004. 1 fotografia. color.
6. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Recursos Hídricos. Atlas das áreas suscetíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA 2007.
7. CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracaju, 14 de Maio de 2001.
8. NACIONAL. M.I.: São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Março de 2008.
PUBLICADO EM: www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos.../006.pdf
ANDERSON DE MENDONÇA / PROFESSOR UPE/
andermend@bol.com.br
GELZA ARAUJO LACERDA / UPE/
gelzageografa@hotmail.com
MIREULA SORAIA ALVES SOUZA / UPE/
mireula.soraia@hotmail.com
SAMARA DE SOUZA SILVA / UPE/
samarinha_silva18@hotmail.com
VAGNER DA CUNHA LIMA / UPE /
vagnercl@hotmail.com
1.O RIO SÃO FRANCISCO: E A QUESTÃO DA TRANSPOSIÇÃO
O Rio São Francisco estende-se por aproximadamente 2.700 quilômetros, entre a nascente, que fica localizada na Serra da Canastra, no município Mineiro de São Roque de Minas, e a foz, situada entre os estados de Alagoas e Sergipe, nas proximidades da cidade Alagoana de Piaçabuçu.
O Rio tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento humano das populações ao longo do seu
curso, banhando municípios significativos para o País como: os do estado de MinasGerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Alem do que, o Rio constitui a terceira bacia hidrográfica do Brasil. Por isso, que esse manancial é um fator natural para desenvolvimento sustentável e climático, responsável pela qualidade de vida de todos os ribeirinhos que fazem parte dessa riqueza natural.
O São Francisco, como um Rio de grande porte possui 36 afluentes, sendo que desses apenas 19 são
perenes. Os principais são os das margens: direita, os Rios: das Velhas, Jequitaí e Verde Grande, constituídos por águas claras por serem oriundos de terrenos cristalinos. E os da margem esquerda, os Rios Paracatu, Urucuia, Cariranha, Corrente e Grande, estes vindos de terrenos sedimentares são mais barrentos.
Mesmo diante de tanta riqueza, o Rio está passando por um momento de “ATENÇÃO” os governantes
chegaram à conclusão de que lugares necessitam das águas do Velho Chico, lugares esses, que ribeirinhos vivem em condições de plena escassez de água. Junto com essa preocupação dos governantes em desenvolver o Projeto de Transposição, fica a pergunta: Será que essas águas irão realmente ajudar os ribeirinhos? Que em questão são os do estado da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
O projeto traz muitas discordâncias entre técnicos, ambientalistas e a própria população ribeirinha. Alguns chegam a afirmar que o rio não dura mais de 50 anos. Há aqueles que não apóiam a transposição por achar que a mesma só beneficiará o agronegócio nas regiões de destino dos canais, aumentando assim, as desigualdades sociais já absurdas no nordeste brasileiro. E há os que pensam exatamente o contrário.
Além de toda essa desconfiança, as comunidades ribeirinhas já não sabem em quem acreditar. Devido à grande quantidade de informações técnicas que são lançadas na mídia, ora a favor, ora contra a transposição. Essa confusão acabou por disseminar ideais equivocadas, como a de que o rio poderia secar após a transposição, o que não é verdade, já que técnicos e estudiosos do assunto, tanto contra quanto a favor, são unânimes em desmentir essa afirmação. Outros estão crentes que o projeto só é viável mediante interligação com bacias da região centro-oeste. O que também não é verdade, tendo em vista que estudos revelam que o rio possui vazão suficiente para o projeto. Com uma ressalva apenas
para a diminuição da capacidade de geração de energia das hidrelétricas, esse é um dos poucos impactos matematicamente comprovados para as regiões doadoras de águas. Porém, essas informações parecem não chegar a todas as comunidades envolvidas.
Por esses motivos as populações acabam por ficar sem saber tomar um posicionamento consciente. Considerando e respeitando todos os pontos de vista, podemos dizer que num ponto todos concordam, o rio precisa urgentemente de uma revitalização, que não acontecerá de um dia para o outro. A revitalização aparece então como remédio para viabilizar o projeto, fazendo com que parte da população, que outrora era contra, agora se mostre a favor, desde que seja feita a recuperação das matas ciliares e até uma interligação entre bacias. Todos também concordam que o rio promove desenvolvimento por todas as cidades por onde passa. Porque água em abundância promove vida abundante. E é claro, que em todos esses lugares o rio é utilizado em menor ou maior escala pela agricultura de subsistência e no agronegócio.
Analisemos a situação das cidades de Juazeiro e Petrolina, com seus projetos de irrigação exportando frutas para o mundo, transformando a região num pólo universitário com várias faculdades estadual, federal e particular, bem como cursos técnicos profissionalizantes. Essa situação mantém o comércio aquecido, e essas cidades não param de atrair investimentos para região, gerando cada vez mais empregos. Agora, se pensarmos no que seria dessa região sem o Velho Chico? Certamente Juazeiro seria mais uma cidadezinha pacata e subdesenvolvida do interior da Bahia, juntamente com Petrolina.
Porém, se perguntarmos a um ribeirinho assalariado quanto “dinheiro” ele ganha com o rio, ele possivelmente responderá, “nada”, o que não é verdade, todos dependem do rio, tanto o empresário do agronegócio quanto o do ramo de confecções, bem como, o assalariado. Essa falta de entendimento causa uma confusão na opinião das comunidades ribeirinhas, fazendo com que estas não reconheçam seu real papel no contexto.
Considerando que as águas do rio, ao chegar ao nordeste setentrional e seco promoverão desenvolvimento e geração de empregos, fazendo com que aquelas pessoas que lá moram não precisem sair de suas regiões nem abandonar suas terras para vir morar nas periferias e favelas de cidades industrializadas, diminuindo dessa forma a oferta de mão de obra desqualificada nessas regiões, esse fenômeno pode valorizar o trabalhador os locais de ambas as áreas melhorando sua qualidade de vida. Isso faz pensar, se não vale à pena lutar por uma transposição que seja capaz, não só de levar água para matar a sede de pessoas e animais, mas também de promover desenvolvimento social fortalecendo e aumentando os laços entre essas regiões. Cumprindo, assim, com aquela que parece ser a vocação do Rio da Integração. O Nordeste brasileiro esperou séculos por este momento. E
não parece justo deixar de atender a essa aspiração pelo fato de termos degradado as margens e comprometido à saúde do rio. Os nossos irmãos do norte devem esperar por mais quanto tempo? O fato de o rio está necessitando urgentemente de uma revitalização é de inteira responsabilidade das comunidades que hoje são banhadas pelas suas águas. Nossos irmãos do nordeste setentrional não devem pagar pelos erros de outros nem com recursos financeiros já parcos por lá, muito menos com a espera de mais algumas décadas.
REFERÊNCIAS
1. AGUAVALE. Nascente do Rio São Francisco – MG. 2004. 1 fotografia. color.
2. Bacia do São Francisco. 1 gravura. color.
3. AGUAVALE. Represa Três Marias – MG. 2004. 1 fotografia. color.
4. AGUAVALE. Ribeirinha. 2004. 1 fotografia. color.
5. AGUAVALE. Fruticultura Irrigada de Petrolina – PE. 2004. 1 fotografia. color.
6. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Recursos Hídricos. Atlas das áreas suscetíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA 2007.
7. CINFRON. R. Rio Pede Revitalização desde 1990. Aracaju, 14 de Maio de 2001.
8. NACIONAL. M.I.: São Francisco Sustentável. In; Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Março de 2008.
PUBLICADO EM: www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos.../006.pdf
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