"É preciso explicar por que o mundo de hoje, que é horrivel, é apenas UM momento do longo desenvolvimento histórico, que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das revoluções e das insurreições e eu ainda sintu-a como minha concepção de FUTURO. JEAN PAUL SARTRE,1963, Prefácio de "Os condenados da Terra" de Frantz Fanon.
sexta-feira, 27 de abril de 2018
domingo, 15 de abril de 2018
REVISÃO I UNIDADE DE GEOGRAFIA
Origem e Evolução da Geografia
Inicialmente, a
Geografia foi definida como o estudo da superfície da Terra. O grego Heródoto
(484-420 a.C.) é considerado o pai da Geografia e da História. Nessa mesma
época, nasceu outro ramo da Geografia, denominado Geografia Geral ou Geografia
Matemática, preocupada com a posição da Terra no universo, suas dimensões e
representações cartográficas.
No final do século XVIII, Immanuel Kant (1724-1804), considerado
o fundador da Geografia Moderna, classificou o conhecimento geográfico como uma
das partes principais do conhecimento humano.
A Geografia Física, que engloba o homem, seria um resumo da
natureza e a base da história, havendo ainda outras partes no conhecimento
geográfico.
No início da Idade Contemporânea, surgiu a doutrina do
Determinismo, segundo a qual o homem seria resultado exclusivo das forças da
natureza, ou seja, do meio ambiente em que vive. Paralelamente à evolução da
New Geography, desenvolveu-se a Geografia Nova ou Marginal. Recebendo
influências do socialismo e do terceiro mundismo (movimento anticolonialista
nascido em 1955), ela se opôs à New Geography, apontando-a como a Geografia do
Imperialismo.
As concepções da Geografia Crítica entraram em confronto com a
Geografia Tradicional, criando uma verdadeira guerra política, já que os
geógrafos críticos buscavam uma ação transformadora da realidade e uma
renovação completa do estudo e do ensino da Geografia. Milton Santos chama a atenção
sobre o papel dos Estados nessa construção do espaço geográfico.
A modernização, no entanto, não atinge todos os lugares ao mesmo
tempo, seguindo uma lógica que é a do capital, e não a dos interesses da
maioria dos homens.
O estudo da Geografia deve obedecer às regras metodológicas
dessa ciência. A boa aplicação do Princípio da Extensão faz uso da
interdisciplinaridade, recorrendo aos recursos da cartografia, da estatística e
da geodésia.
O
objeto de estudo da Geografia
é o espaço geográfico, o mesmo é divido em: espaço geográfico natural e espaço
geográfico cultural ou construído. Em suma, pode-se afirmar que o espaço
geográfico é o “palco” das relações humanas, pois o homem habita a superfície e
usufrui de tudo que a natureza fornece.
Os impactos do
desenvolvimento econômico na construção do espaço geográfico
Podemos considerar que o espaço geográfico,
tanto no meio urbano quanto no meio rural é essencialmente produzido, ou seja,
é construído pelas práticas humanas. O estabelecimento dessas práticas está,
quase sempre, relacionado à manifestação de condutas no meio financeiro e
tecnológico que irão sustentar ações de impacto.
Um exemplo dos efeitos econômicos sobre o
meio geográfico é a ocorrência III Revolução Industrial que, via “revolução
verde”, conseguiu dinamizar e, ao mesmo tempo, mecanizar a produção no campo, o
que teve como consequência a ampliação da fronteira agrícola no Brasil e a
intensificação do êxodo rural nas sociedades subdesenvolvidas em geral.
A Geografia Econômica é o ramo do conhecimento
responsável por compreender a lógica da produção e distribuição das atividades
econômicas. Além disso, ela visa entender a influência dessas manifestações
produtivas sobre o espaço geográfico e as interferências que o meio realiza
sobre elas.
REVISÃO I UNIDADE DE GEOGRAFIA REPRESENTAÇÃO Da TERRA E IMPACTOS AMBIENTAIS
Existem
diversas formas de se representar o espaço geográfico, sejam por meio de
desenhos artísticos, técnicos, fotografias, mapas, etc. A ciência responsável
pela representação gráfica do espaço geográfico, tendo como produto final o
mapa, é a Cartografia. O nosso lugar não é uma realidade isolada. Ele faz parte
de um conjunto de lugares, marcados por diferentes aspectos naturais, que
passaram por vários processos históricos. Esses lugares estão unidos por uma
complexa rede de relações políticas, econômicas e sociais, a esse conjunto de
lugares e suas relações com outros lugares, denominamos de espaço geográfico.
Rosa dos ventos
Qualidade de vida nas cidades: acesso à saúde,
infraestrutura e segurança
Serviços como coleta de lixo, água tratada,
iluminação pública, coleta de esgoto e outro.
Na sociedade capitalista
ocidental, a saída do campo para as cidades foi motivada pela concentração
industrial e comercial nos espaços urbanos, fazendo com que as pessoas se
deslocassem em busca de emprego e prestação de serviços. Nas cidades, existe
uma grande concentração populacional em pequenos espaços e, para que as pessoas
possam viver bem, com as mínimas condições de vida, são necessários serviços
como coleta de lixo, saúde, água tratada, iluminação pública, segurança, coleta
de esgoto e outros que englobam a denominada “qualidade de vida”.
A expressão qualidade de vida
indica as condições de vida de um ser humano e envolve várias áreas, como o bem
físico, espiritual, mental, psicológico e emocional das pessoas; os seus
relacionamentos sociais, como família e amigos; e também incluem a saúde,
educação, poder de compra, habitação, saneamento básico e demais condições que
afetam as nossas vidas.
É importante ressaltar que
qualidade e o padrão de vida não são expressões sinônimas, pois a última é uma
medida que quantifica a qualidade e quantidade de bens e serviços disponíveis.
Mais de 90% das cidades
brasileiras têm problemas ambientais
Mais de 90% dos municípios
brasileiros sofrem com a ocorrência de impactos ambientais, de acordo com a
Pesquisa de Informações Municipais 2008, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total de 5.564 municípios
do país, 5.040 registraram, principalmente, casos de queimadas, desmatamento e
assoreamento de corpos d’água nos 24 meses anteriores ao estudo. O levantamento
considera como impactos ambientais queimadas, desmatamento, assoreamento de
corpo d’água (areias e detritos depositados nos leitos dos rios, impedindo a
fluidez da água), poluição da água, escassez de água, contaminação do solo,
poluição do ar, degradação de áreas legalmente protegidas, alteração que tenha
prejudicado a paisagem, alteração que tenha afetado as condições de vida da
população, atividade agrícola prejudicada por problemas ambientais, atividade
de pecuária prejudicada por problemas ambientais, redução da quantidade,
diversidade ou perda na qualidade do pescado e outros.
A ocorrência de impactos que
afetaram as condições de vida da população foi registrada em 829 dos 5.564
municípios, o que equivale a 14,9%. O problema é mais comum nas Regiões Norte
(24,1% dos municípios) e Nordeste (20,3% dos municípios). A Região Sul é a que
tem menos freqüência desse registro, com 9,3%.
REVISÃO I UNIDADE DE GEOGRAFIA
A paisagem é,
pois, os aspectos perceptíveis do espaço geográfico, isto é, a forma como
compreendemos o mundo a partir de nossos sentidos, tais como a visão, o olfato,
o paladar, entre outros. É claro que a visão é, geralmente, o mais
preponderante dos sentidos quando falamos em compreensão da paisagem, porém não
é o único, de forma que podemos perceber o espaço também pelos seus cheiros,
sons, sabores e aspectos externos.
Paisagem natural é sinônimo de natureza. Esse tipo de paisagem não
sofre modificação antrópica, ou seja, através da intervenção humana. Ela sofre,
sim, alguma modificação, mas essa é propiciada por questões naturais, como a
variação de temperatura e a pluviosidade, por exemplo.
Em alguns casos, a natureza pode
estar ausente na paisagem humanizada.
Essa também é chamada de paisagem modificada ou artificial. Isto ocorre em
decorrência da ação humana. Há casos em que a natureza pode existir com um
aspecto modificado, transformado ou, muitas vezes, deteriorado ou deformado.
Impactos ambientais são as consequências negativas geradas ao meio
ambiente, originárias de ações humanas. Estas ações podem provocar diversos
tipos de degradação ambiental no solo, na água e na vegetação. Atividades
geradoras de impactos ambientais no Brasil e suas consequências, EX: Urbanização
e industrialização sem planejamento. O crescimento de cidades sem que haja
planejamento urbano adequado pode ser causador de vários impactos ambientais. Um
dos principais é a retirada de áreas verdes para a construção de prédios,
residências, fábricas e outros tipos de construção. Com pouca área verde,
aumenta muito a poluição atmosférica, além de ser um fator determinante no
aumento de enchentes e alagamentos em períodos de grande quantidade de chuvas.
Rosa dos ventos
O Espaço Urbano pode ser definido como o espaço das cidades, o
conjunto de atividades que ocorrem em uma mesma integração local, com a
justaposição de casas e edifícios, atividades e práticas econômicas, sociais e
culturais. O espaço da cidade é, dessa forma, uma paisagem representativa do
espaço geográfico, um território das práticas políticas e um lugar das visões
de mundo e mediações culturais. No entanto, é preciso estabelecer uma distinção
entre o urbano e as cidades. Existem cidades, por exemplo, que não são
consideradas urbanas, por possuírem uma pequena quantidade de habitantes e uma
baixa dinâmica econômica. Para o IBGE, cidades com menos de 20 mil habitantes
são consideradas como espaço rural. Além disso, no meio agrário, evidenciam-se
algumas práticas e características do espaço urbano, o que nos leva a crer que
o urbano transcende (vai além) do espaço das cidades.
Os cidadãos, que são as pessoas
que integram a materialidade da cidade e dão o movimento do urbano,
correspondem aos habitantes que buscam através de seus direitos e deveres uma
melhor forma de habitar, viver, usufruir, consumir na cidade. O direito a uma
cidade onde possa realizar sua prática espacial e social e de “exercitar o
direito a ter direitos” Entretanto, seu papel na sociedade moderna tem sido
restrito e condicionado ao de consumidor de mercadorias, espaço, imagens, etc,
tem reduzido o cidadão ao papel de mero expectador das ações de uma sociedade
burocrática que dirige seu consumo, sua forma de pensar, de agir, e de se
relacionar com a cidade. (CAVALCANTI, 2001)
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