domingo, 28 de agosto de 2016

VIRTUDE E POLÍTICA 3º ANO III UNIDADE
Maquiavel (1469 - 1527)
Nicolau Maquiavel



     Nicolau Maquiavel se dedicou ao estudo da filosofia política, mas de forma diferente dos filósofos anteriores a ele, buscou investigar a política pela política, ou seja, sem utilizar em sua análise conceitos morais, éticos e religiosos que pudessem direcionar seus estudos. A política em sua filosofia tem a capacidade de se auto-governar, de buscar suas próprias decisões de forma livre, sem que outras áreas do conhecimento interfiram em suas conclusões. Com Maquiavel nasce uma nova forma de estudar filosofia política.
     Em seus estudos aparecem claramente interesses históricos, pois o filósofo busca a recriação de uma nação italiana com inspiração na República Romana. Dessa forma ele busca na origem latina da Itália inspiração para seus estudos políticos. Procura em Roma um retorno aos fundamentos da comunidade italiana. Para que seja possível esse retorno aos fundamentos devemos conhecer com clareza a história dos princípios sobre os quais se fundaram essa comunidade. O estudo desses princípios deve ser feitos através do realismo e não dos conceitos morais ou religiosos. Maquiavel dessa forma funda a objetividade nos estudos históricos.
     Para unir novamente a Itália na forma de uma nação republicana nos moldes romanos Maquiavel busca um príncipe que possa agrupar e dirigir os vários pequenos estados em que está fragmentada a Itália da sua época.
     Esse príncipe político em seu empreendimento não pode contar somente com a boa vontade das pessoas, pois estas não são naturalmente nem boas nem más, mas podem ser tanto uma como outra. O príncipe político que desejar ter sucesso em seu empreendimento deve partir da regra de que as pessoas são más e que na primeira oportunidade elas demonstrarão essa maldade, geralmente traindo o seu superior. O príncipe não deve ter a bondade como fundamento de suas ações, mas deve saber ser bom ou mau conforme a necessidade política. Se puder, deve ser bom, mas se necessário deve usar da maldade, evitando sempre o meio termo. Deve evitar ficar em cima do muro e pender hora para um lado hora para outro, pois isso seria sua ruína.
     A política, vista por Maquiavel, justifica-se por si mesma e não deve buscar fora de si uma moral que a justifique. O objetivo da política é levar os homens a viver na mesma comunidade de forma organizada e se possível em liberdade. O príncipe político busca estabilidade do cargo, busca manter-se no poder.
     O príncipe tem que ser virtuoso e aqui Maquiavel não utiliza o conceito cristão de virtude, mas o conceito grego pré-socrático, onde a virtude é vitalidade, força, planejamento, esperteza e a capacidade se impor e profetizar. O príncipe que tiver essa virtude vai ser dono do próprio destino, vai criar sua própria sorte, que para ele determinava somente metade dos acontecimentos na vida das pessoas, a outra metade é definida pela liberdade.
Sentenças:
- Faça de uma vez só todo o mal, mas o bem faça aos poucos.
- Quem for eleito pelo povo deve manter-se amigo dele.
- O que depende de muitos costuma não ter sucesso.
- Quem for desarmado torna-se desprezível
- Boas leis não servem pra nada se não existirem boas armas.
- Toda guerra que é necessária é justa.
- A guerra faz o ladrão e a paz prende-os.
- É mais seguro ser temido do que amado.
- Os homens esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio.
- Governar é fazer acreditar.
- É fácil persuadir o povo de algo, difícil é manter essa persuasão.
- Nunca faltará ao príncipe razões legítimas para burlar a lei.
- Grande dificuldade pede grande disposição.
- Todos vêem aquilo que você parece, poucos percebem o que você é.
- Quem engana sempre vai encontrar alguém que se deixará enganar.
- Um governante eficaz não deve ter piedade.
- Em tempos de paz devemos pensar na guerra.
- As pessoas ofendem mais a quem amam do que a quem temem.

- A liberdade consome a si mesma, pois sua força acaba logo.

domingo, 1 de maio de 2016

Vamos Filosofar? O que é liberdade?

Segundo o Dicionário de Filosofia, em sentido geral, o termo liberdade é a condição daquele que é livre; capacidade de agir por si próprio; autodeterminação; independência; autonomia.
A história desse conceito perpassa os estudos de épocas e pensadores diversos e registra a interpretação de doutrinas sociais bastante variadas. Podemos fazer uma distinção inicial entre o que se convencionou chamar de concepção “negativa” e “positiva” da liberdade. Em seu sentido negativo, liberdade significa a ausência de restrições ou de interferência. O sentido positivo de liberdade significa a posse de direitos, implicando o estabelecimento de um amplo âmbito de direitos civis, políticos e sociais. O crescimento da liberdade é concebido como uma conquista da cidadania.
No sentido político, a liberdade civil ou individual é o exercício de sua cidadania dentro dos limites da lei e respeitando os direitos dos outros. "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro" (Spencer).
Em um sentido ético, trata-se do direito de escolha pelo indivíduo de seu modo de agir, independentemente de qualquer determinação externa. "A liberdade consiste unicamente em que, ao afirmar ou negar, realizar ou enviar o que o entendimento nos prescreve, agimos de modo a sentir que, em nenhum momento, qualquer força exterior nos constrange" (Descartes).
A liberdade de pensamento, em seu sentido estrito, é inalienável, inquestionável. Reivindicar a liberdade de pensar significa lutar pela liberdade de exprimir o pensamento. Voltaire ilustra bem essa liberdade: "Não estou de acordo com o que você diz, mas lutarei até o fim para que você tenha o direito de dizê-lo."
T. Hobbes afirma que o “homem livre é aquele que não é impedido de fazer o que tem vontade, no que se refere às coisas e que pode fazer por sua força e capacidade”.
Kant diz que ser livre é ser autônomo, isto, é dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é, antes de tudo, livre. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.
No livro “A sociedade do espetáculo” (1997), Guy Debord, ao criticar a sociedade de consumo e o mercado, afirma que a liberdade de escolha é uma liberdade ilusória, pois escolher é sempre optar entre duas ou mais coisas prontas, isto é, pré-determinadas por outros. Uma sociedade como a capitalista, onde a única liberdade que existe socialmente é a liberdade de escolher qual mercadoria consumir, impede que os indivíduos sejam livres na sua vida cotidiana. A vida cotidiana na sociedade capitalista, segundo Debord, se divide em tempo de trabalho e tempo de lazer. Assim, a sociedade da mercadoria faz da passividade (escolher, consumir) a liberdade ilusória que se deve buscar a todo o custo, enquanto que, de fato, como seres ativos, práticos (no trabalho, na produção), somos não livres.
De maneira geral, a liberdade de indivíduos ou grupos sempre sugere, ou tem a possibilidade de implicar, a limitação da liberdade de outros.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

QUE TAL DISCUTIRMOS ESSA IMAGEM?
O QUE ELA TEM A NOS REVELAR???


Origens da Filosofia
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/origem-filosofia.htm
 




A Filosofia, como conhecemos, teve origem na Grécia Antiga como resultado de uma intensa mudança de pensamento. Desde o seu surgimento, em Mileto no século VI a.C., e do aparecimento da palavra “filosofia”, que Cícero e Diógenes atribuem a Pitágoras, muitos filósofos tentaram responder à pergunta sobre o que é a Filosofia. Além desse trabalho de investigação constante acerca da natureza da Filosofia, há também uma diversidade de temas e de preocupações que os filósofos tentam responder.

Vejamos abaixo dez tópicos fundamentais para saber sobre a origem da Filosofia:

1) Embora tenha havido expressões de conhecimento no Oriente e na África, a maior parte dos historiadores considera que a Filosofia entendida como um conhecimento racional e sistemático tenha se iniciado na Grécia. A defesa parte da própria natureza dos conhecimentos produzidos até então, ainda ligados de alguma forma ao saber religioso. Essa defesa, no entanto, tem sido recentemente contestada.

2) A Grécia Antiga era formada por um conjunto de cidades-Estado (pólis) independentes que podiam ser, em alguns casos, até mesmo rivais entre si.

3) Mesmo que a Grécia não fosse uma unidade em termos de território e de pensamento, há algumas condições que propiciaram que fosse ali o surgimento da filosofia: a poesia, a religião e a política.

4) Um longo processo, determinado por esses fatores, promoveu uma mudança na mentalidade grega. A religião grega, tanto a pública, como aquela referida como “a religião dos mistérios”, era não dogmática e permitia que os filósofos expressassem suas ideias. A poesia, buscava uma causa nos acontecimentos narrados e isso denota uma preocupação em compreender a realidade. A política, que se desenhava a partir daquilo que viria a se chamar democracia, dependia do discurso e da explicação racional das ideias. O comércio, que se desenvolvia, permitiu tanto o contato com outras formas de pensamento, como também propiciou a invenção do alfabeto, da escrita alfabética e do calendário, de forma que começou a moldar na mentalidade do homem uma maior capacidade de abstração.

5) A partir do final do século VII a.C., os homens e as mulheres não se satisfaziam mais com uma explicação mítica da realidade. O processo de transformação e de criação envolvido no desenvolvimento de técnicas levou ao questionamento a respeito do universo, se ele também não respondia a um processo semelhante. Por isso, alguns historiadores da Filosofia, como Marilena Chauí e Maria Lúcia Aranha, concordam que é entre o final do século VII a.C. e o século VI a.C. que surge a Filosofia.

6) É em Mileto, situado na Jônia (atual Turquia), no século VI a.C. que nasce Tales que, para a Aristóteles, é o iniciador do pensamento filosófico que se distingue do mito. No entanto, o pensamento mítico, embora sem a função de explicar a realidade, ainda ecoa em obras filosóficas, como as de Platão, dos neoplatônicos e dos pitagóricos.

7) A autoria da palavra “filosofia” foi atribuída pela tradição a Pitágoras. As duas principais fontes sobre isso são Cícero e Diógenes Laércio. Ambos fazem uma narrativa parecida: Pitágoras teria sido interpelado pelo tirano de Fliunte sobre o nome de sua atividade ao que ele respondeu “filósofo”, isto é, amigo da sabedoria (junção das palavras gregas “philo” e “sophia”), pois, para ele, apenas os deuses poderiam ser realmente sábios.

8) A fonte na qual Cícero se baseia para escrever sobre Pitágoras é Heráclides Pontico, discípulo de Platão, mas que era também influenciado pelos pitagóricos. No entanto, não se sabe da veracidade a respeito dessa informação. Como nota Ferrater Mora que também observa que não é possível saber se “filósofo” para Pitágoras significa o mesmo que significaria para Platão ou Aristóteles.

9) No momento em que se começa a praticar a filosofia como atividade, a Grécia também testemunha o aparecimento dos sofistas. Os sofistas não se trata de uma escola filosófica, eram professores itinerantes que ensinavam jovens, mediante pagamento, a arte da oratória.

10) Para a história da filosofia ocidental, o filósofo Sócrates tem grande importância. A forma como ele entendia a atividade de filosofar e a sua investigação a respeito do humano apresenta uma inovação em relação aos outros filósofos, entre eles Tales e Pitágoras, que ainda tinham como centro de seus pensamentos a preocupação a respeito da origem do universo e outras questões relativas à natureza. Por isso, esses filósofos são chamados de “pré-socráticos”. Os filósofos gregos que vieram depois de Sócrates, e alguns foram mesmo seus alunos, como Platão, são chamados de “pós-socráticos”.

 

Ponta do Seixas 2008

Ponta do Seixas 2008

Salvar o mundo!

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